Após um ano de investigações, a Polícia Civil do Acre (PCAC) finalizou um inquérito que revelou um esquema de abusos sexuais envolvendo servidores de uma escola pública em Acrelândia. O caso, que gerou grande preocupação na comunidade, destaca a necessidade de ações para garantir a segurança dos jovens em ambientes escolares.
A investigação teve início em 11 de setembro de 2023, quando uma aluna, acompanhada de sua mãe, registrou um boletim de ocorrência denunciando que dois servidores da escola haviam proposto relações sexuais a ela. A denúncia resultou em uma investigação mais ampla, que revelou outras vítimas.
Sob a coordenação do delegado Dione Lucas, o trabalho investigativo se estendeu por mais de seis meses. As autoridades confirmaram que, além da jovem denunciante, outras alunas também foram vítimas de abusos. Quatro vítimas foram identificadas como alvos de importunação sexual, enquanto duas enfrentaram estupro mediante fraude, uma sofreu constrangimento ilegal e outra foi vítima de estupro.
A Polícia Civil pediu judicialmente o afastamento dos servidores investigados por 120 dias. No entanto, informações indicam que o Coordenador Estadual de Ensino em Acrelândia reintegrou clandestinamente um dos investigados, o que levantou preocupações sobre a proteção dos acusados.
A investigação não apenas expõe ações individuais, mas também destaca falhas institucionais que colocam em risco a integridade de crianças e adolescentes. Os abusos eram frequentemente relacionados a trocas de notas e benefícios acadêmicos por favores sexuais, e alguns servidores foram coagidos a manter relações sexuais sob ameaça.
A Polícia Civil do Acre finalizou o inquérito e fez um apelo à comunidade para se unir no combate a essas práticas. “Nenhum pai ou mãe envia seus filhos para a escola esperando que eles sejam molestados por aqueles que deveriam protegê-los e educá-los”, destacou o delegado geral da PCAC, José Henrique Maciel.
A conclusão deste inquérito representa um marco importante para a sociedade acreana, alertando para a necessidade de maior vigilância e proteção nos ambientes educacionais. A Polícia Civil reafirma seu compromisso de garantir a punição de todos os envolvidos e convoca outras possíveis vítimas a colaborarem com as investigações, garantindo a proteção integral dos direitos das crianças e adolescentes.