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Voos no Acre operam por instrumentos nesta segunda-feira (2) apesar da alta poluição no ar

Apesar dos altos índices de poluentes no ar devido à fumaça que cobre a região nesta segunda-feira (2), os voos comerciais no Acre não foram cancelados, segundo a assessoria de comunicação do Aeroporto de Rio Branco. No entanto, as operações dos aviões estão sendo realizadas apenas por instrumentos, devido às condições climáticas adversas, o que significa que pousos e decolagens só são possíveis com a ajuda de tecnologia avançada a bordo das aeronaves.

De acordo com os sensores do sistema Purple Air, que monitora a qualidade do ar no Acre, Rio Branco registrou uma concentração de 337 µg/m³ (microgramas por metro cúbico) de material particulado na manhã desta segunda-feira. O céu da capital amanheceu tomado pela fumaça, criando um cenário preocupante.

Níveis acima de 250 µg/m³ são classificados como alerta para emergência em saúde, com risco de afetar toda a população após 24 horas de exposição. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera aceitável um nível de até 15 µg/m³. A exposição prolongada à poluição atual representa um risco significativo, especialmente para grupos sensíveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias.

Quando o aeroporto opera por instrumentos, as condições climáticas não permitem que os pilotos utilizem referências visuais para pousos e decolagens. Nessas situações, as operações são realizadas com o auxílio de sensores e equipamentos de navegação aérea disponíveis no aeroporto, garantindo que os pilotos possam realizar os procedimentos com segurança e precisão.

De acordo com os dados do Purple Air, utilizando o medidor instalado no campus da Universidade Federal do Acre (Ufac), a qualidade do ar em Rio Branco na manhã desta segunda-feira chegou a 337 µg/m³. Outras cidades do Acre também apresentam níveis de poluição muito acima do considerado aceitável pela OMS, como Brasiléia, que registrou 191 µg/m³ até o meio-dia.

A situação é reflexo dos mais de 1,7 mil focos de incêndio registrados no estado em agosto, conforme monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O Acre decretou emergência em saúde pública no final do mês passado, o que permite ao governo adotar medidas mais rápidas para combater a crise ambiental.