Sena Madureira vive momentos de tensão após servidores provisórios de diversas secretarias denunciarem a falta de pagamento referente ao mês de setembro. Embora a prefeitura tenha divulgado um cronograma afirmando que 50% da folha seria liberada hoje, 30 de outubro, para servidores da Saúde, Semsur, Obras, Desenvolvimento Rural, Cidadania e Cultura, os trabalhadores alegam que nenhum valor foi creditado em suas contas.
A revolta é crescente entre os funcionários, especialmente entre aqueles que prestam serviços essenciais, como merendeiras e auxiliares de escola. “Amanhã, a escola Ana Vieira não vai ter merendeira. As duas que trabalhavam lá já disseram que não voltam enquanto não receberem”, declarou um servidor, que preferiu não se identificar. A ameaça de paralisação não se restringe apenas à educação: diversos setores prometem interromper suas atividades se a situação não for resolvida imediatamente.
A nota divulgada pela prefeitura informava que os servidores efetivos da Educação, Saúde e Cidadania teriam seus salários quitados hoje, utilizando recursos do Fundeb, SUS e repasses federais. Já para os provisórios, o pagamento seria feito de forma escalonada, iniciando com apenas 20% da folha para a Secretaria de Educação. No entanto, os servidores provisórios afirmam que não receberam nenhum valor, o que gerou desconfiança sobre a veracidade das informações divulgadas pela gestão.
“Se nem parte do salário de setembro foi paga até agora, como é que vamos acreditar que o de outubro vai sair? Já estamos perto de novembro e não vemos solução”, desabafa uma funcionária da área da Saúde. Muitos servidores temem passar o final de ano sem dinheiro, especialmente com as festas e compromissos financeiros típicos do período.
Com a iminente paralisação de vários setores, a rotina da cidade pode ser gravemente afetada. Na educação, merendeiras e auxiliares administrativos já anunciaram que não irão trabalhar, e há rumores de que escolas podem encerrar atividades mais cedo por falta de pessoal. Na área da Saúde, alguns servidores terceirizados estudam aderir ao protesto, o que pode comprometer o atendimento à população.
“Não é justo que a gente continue trabalhando sem saber quando ou se vamos receber. Precisamos pagar contas, comprar comida e cuidar das nossas famílias”, enfatiza um servidor da Semsur.
Até o momento, o prefeito Mazinho Serafim e o secretário de Finanças, Dr. Getúlião Saraiva, não se manifestaram oficialmente sobre o atraso nos pagamentos. A falta de uma resposta clara tem alimentado a indignação dos servidores, que recorreram ao Portal YacoNews para denunciar o que chamam de “caos administrativo”.
A confiança dos servidores na cobertura do portal reflete a insatisfação crescente com a gestão municipal. “Estamos cansados de promessas. Chega de maquiagem, queremos nosso dinheiro”, dispara um funcionário da Secretaria de Obras.
Com a paralisação planejada para amanhã, a prefeitura enfrenta um cenário de colapso nos serviços públicos caso não apresente uma solução imediata. A insatisfação dos servidores provisórios e o risco de uma greve generalizada colocam em xeque a capacidade da administração municipal de encerrar o ano com alguma estabilidade.
Enquanto a população assiste apreensiva, a cidade aguarda respostas. Os próximos dias serão decisivos para o rumo da gestão municipal e para o bem-estar dos servidores que, mais uma vez, se veem abandonados pelo poder público.