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Com comoção, fotojornalista Marcos Vicentti é sepultado em Rio Branco

Familiares e amigos de fotojornalista soltam balões brancos no Acre — Foto: Jardel Andelim/Rede Amazônica

Na manhã deste sábado (19), amigos, colegas de profissão e familiares se reuniram no Cemitério São João Batista, em Rio Branco, para o sepultamento do fotojornalista acreano Marcos Vicentti Batista da Silva, de 56 anos. Sob forte comoção, a cerimônia ocorreu por volta das 8h, com balões brancos sendo soltos em homenagem ao profissional, que faleceu na madrugada de sexta-feira (18), após uma parada cardiorrespiratória na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre).

Marcos Vicentti, carinhosamente chamado de “Marcão” pelos amigos, deixou uma marca profunda no jornalismo acreano e nacional. Entre as muitas homenagens, a jornalista Tácita Muniz, que trabalhava com ele na comunicação do governo, destacou a parceria e a última conquista do fotojornalista. Emocionada, Tácita relembrou que, um dia antes de sua morte, foram informados de que haviam ganhado o prêmio Ampla Amazônia na categoria digital. “Um dia antes dele falecer eu recebi a notícia que a gente tinha ganhado o prêmio. A última mensagem dele foi ‘parabéns’, e eu respondi: ‘parabéns pra nós’”, contou.

O jornalista Altino Machado, que trabalhou com Marcão no jornal Página 20, também prestou seu tributo, relembrando a trajetória inspiradora de Marcos Vicentti. “Ele foi vigilante de escola, entregador e motorista de jornal, até se tornar fotógrafo numa situação de urgência. A partir daí, ele conquistou seu espaço no fotojornalismo acreano, e a trajetória dele é exemplar”, afirmou Machado, destacando o profissionalismo e sensibilidade de Vicentti, que o levaram a ter reconhecimento nacional e internacional.

O fotógrafo Diego Gurgel, visivelmente emocionado, comentou que foi naquele momento de despedida que a perda do amigo realmente o impactou. “Trabalhar com ele foi uma bênção. Ele nos ensinou tanto, não só sobre fotografia, mas sobre ser humano, sobre espiritualidade. O que fica é o legado dele, a doçura e generosidade”, disse Gurgel.

Rutembergue Crispim, ex-secretário de comunicação, também se despediu de Vicentti, enfatizando a generosidade do fotojornalista. “Ele sempre ensinava o que sabia, tinha amor ao jornalismo e às pessoas. Marcão era o grande pauteiro das redações, sempre cheio de ideias. O que fica para nós é o exemplo de amor ao próximo, que ele praticou ao longo de sua vida”, ressaltou.

Ao longo de sua carreira, Marcos Vicentti recebeu diversos prêmios, incluindo a Medalha Nacional da Revista Fotografe Melhor em 2021, uma menção honrosa no Prêmio Nacional Esso em 2005 e o prêmio de melhor fotografia no Prêmio de Jornalismo do Ministério Público do Acre (MP-AC).

Marcão também foi amplamente homenageado nas redes sociais por meio de fotos, vídeos e textos, reforçando o impacto que sua vida e trabalho tiveram na comunidade jornalística e em todos que o conheceram.