Normalmente associado aos Estados Unidos, o Halloween, ou Dia das Bruxas, tem raízes que remontam a festivais pagãos celebrados séculos atrás no Reino Unido. Hoje, é o principal feriado não cristão em diversos países.
A origem do nome “Halloween”
O termo “Halloween” deriva de “All Hallows’ Eve”, que significa “véspera de Todos os Santos”. “Hallow” é um antigo termo que se refere a “santo”, enquanto “eve” indica a véspera. Essa designação era usada até o século 16 para a noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro. No entanto, a etimologia do nome é apenas uma parte da história do Halloween moderno.
Historicamente, a origem do Halloween está ligada a um antigo festival pagão celta conhecido como Samhain, que significa “fim do verão”. Celebrado durante três dias, a partir de 31 de outubro, o Samhain homenageava o “Rei dos Mortos”. Pesquisas indicam que o festival incluía fogueiras e celebrava a abundância de alimentos após a colheita. Contudo, a ligação entre o Samhain e as festividades atuais é baseada em evidências limitadas, já que o significado e a forma das celebrações variavam conforme a região.
Durante o século 8, o papa Gregório III transferiu a data do Dia de Todos os Santos de 13 de maio para 1º de novembro, o que levou à fusão das tradições cristãs com as pagãs do Samhain.
Quando surgiu o Dia das Bruxas?
O Dia das Bruxas moderno, como o conhecemos, começou a se formar entre 1500 e 1800. As fogueiras tornaram-se um elemento central, usadas para celebrar a colheita e como símbolos que orientavam as almas cristãs no purgatório. Era comum também prever o futuro através de rituais, como a previsão da data de morte ou do nome do futuro cônjuge.
Um dos costumes mais conhecidos incluía crianças que iam de casa em casa, cantando rimas ou orações em troca de bolos de boa sorte, que representavam almas liberadas do purgatório. Durante o festival, igrejas tocavam sinos, uma prática tão incômoda que foi tentada a proibição por figuras como o rei Henrique III e a rainha Elizabeth I.
A festa chegou aos Estados Unidos durante a imigração em massa da Irlanda, especialmente após a “Grande Fome” de 1845. Logo, referências ao Halloween começaram a surgir. Inicialmente, as tradições combinavam costumes rurais britânicos com rituais de colheita americanos. A abóbora, que se tornaria um símbolo do Halloween, substituiu o nabo, que era mais comum no Reino Unido.
A lenda de Jack, um ferreiro que enganou o diabo e vagava como um morto-vivo, inspirou a criação de lanternas de abóbora, que se tornaram um ícone da celebração. A tradição do “doces ou travessuras” também se popularizou nos EUA, com suas raízes em brincadeiras medievais.
E quanto ao Halloween moderno?
Atualmente, o Halloween é o maior feriado não cristão nos Estados Unidos, superando datas como o Dia dos Namorados e a Páscoa em vendas de chocolates. Desde 2003, o Brasil também celebra o Dia do Saci na mesma data, em um esforço para resgatar figuras do folclore nacional.
O Halloween contemporâneo, embora mantenha pouco de sua origem, permite que adultos brinquem com seus medos e fantasias, desafiando normas sociais e explorando o lado sombrio da natureza humana. Essa combinação de religião, natureza, morte e romance pode explicar sua imensa popularidade ao longo dos anos.