A Microsoft, que é considerada uma líder na corrida pela inteligência artificial generativa, enfrenta crescente vigilância dos investidores à medida que se aproxima a divulgação de seus resultados trimestrais, agendada para quarta-feira (30). A expectativa é de que a empresa reporte o crescimento de receita mais lento em um ano, especialmente em um momento em que as preocupações sobre o retorno dos investimentos em tecnologia se intensificam.
A empresa ganhou destaque devido ao seu investimento na OpenAI, criadora do ChatGPT, mas analistas notaram uma adoção lenta de produtos como o assistente Copilot. Os analistas do Morgan Stanley expressaram preocupações sobre “um muro de incertezas” em torno dos lucros da Microsoft, citando “investimentos em alta, compressão de margem e falta de evidências sobre os retornos da IA”.
Desde a última divulgação de resultados no final de julho, as ações da Microsoft subiram apenas 1%, desempenho inferior ao índice S&P 500. Entretanto, no acumulado do ano, as ações tiveram uma valorização de aproximadamente 14%.
Os resultados que serão apresentados na quarta-feira marcam a primeira divulgação desde que a Microsoft alterou sua abordagem de apresentação financeira em agosto, para melhor refletir a gestão de seus negócios. Contudo, essa mudança dificultou as estimativas de desempenho da companhia no último trimestre.
A unidade de computação em nuvem Azure deve apresentar um crescimento de 33% no primeiro trimestre fiscal, encerrado em 30 de setembro, de acordo com analistas consultados pela Visible Alpha. Embora o crescimento geral da unidade tenha desacelerado, a Microsoft mencionou anteriormente que espera uma aceleração na segunda metade do ano fiscal.
A previsão do mercado aponta para um aumento de 14,1% na receita total da Microsoft, alcançando 64,51 bilhões de dólares no trimestre de setembro. Além disso, estima-se que os investimentos da empresa no trimestre tenham crescido 71,7%, totalizando 19,23 bilhões de dólares.
O assistente Copilot, no entanto, ainda não teve o desempenho esperado. Uma pesquisa realizada pela Gartner revelou que a maioria das empresas de tecnologia da informação ainda não avançou suas iniciativas com o Copilot além da fase piloto. Apesar do ceticismo em torno de sua adoção, alguns analistas, como Ben Reitzes da Melius Research, observam que a situação pode estar melhorando, com uma base de clientes cada vez mais sólida.
A unidade de produtividade e processos de negócios da Microsoft, que inclui os produtos do Office, LinkedIn e 365 Copilot, deve registrar um crescimento trimestral de 12%, segundo Mark Moerdler, da Bernstein, um dos analistas mais respeitados da empresa.