O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou nesta quarta-feira (23/10) sua defesa pela taxação dos super-ricos, durante discurso por videoconferência na 16ª Cúpula dos Brics. Lula não pôde comparecer ao encontro na Rússia devido a um acidente doméstico.
Em sua fala, Lula agradeceu o apoio dos membros do Brics às iniciativas brasileiras no G20, destacando a proposta de tributar grandes fortunas para financiar ações de combate às desigualdades. “Quero agradecer o apoio que os membros do grupo têm estendido à presidência brasileira do G20. Seu respaldo foi fundamental para avançar em iniciativas cruciais, como a taxação de super-ricos”, afirmou o presidente.
Além disso, Lula ressaltou a importância da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que também é prioridade da presidência brasileira no G20. Ele convidou os demais países a aderirem à iniciativa, que, embora nascida no G20, está aberta a outras nações.
O presidente brasileiro aproveitou o discurso para cobrar novamente que países ricos assumam maior responsabilidade no combate às mudanças climáticas, mencionando a necessidade de superar os 100 bilhões de dólares anuais prometidos, mas nunca cumpridos, para financiar ações contra a crise climática. Ele destacou que é fundamental fortalecer o monitoramento dos compromissos ambientais assumidos pelas nações desenvolvidas.
“Cemitério em Gaza”
Em outro ponto de seu discurso, Lula referiu-se à crise em Gaza, ecoando a fala do presidente da Turquia, Recep Erdogan, na Assembleia Geral da ONU. O presidente brasileiro afirmou que a Faixa de Gaza se transformou “no maior cemitério de crianças e mulheres do mundo”. Ele reforçou que os mais vulneráveis não estão interessados em divisões entre amigos e inimigos, mas sim em ter acesso a alimentação, trabalho digno, educação, saúde e um meio ambiente saudável.
Crise climática
Lula voltou a cobrar dos países ricos maior empenho em enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. Ele criticou o descumprimento da promessa de 100 bilhões de dólares anuais para combater a crise climática, argumentando que esses países têm uma responsabilidade histórica maior por suas emissões. “Não há dúvida de que a maior responsabilidade recai sobre os países ricos, cujo histórico de emissões culminou na crise climática que nos aflige hoje”, pontuou Lula.