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Morte misteriosa de peixes no Rio Acre é investigada como crime ambiental; consumo de água é proibido

Foto: Whidy Melo.

Nesta quarta-feira (9), o ac24horas esteve em vários pontos do Rio Acre para investigar a morte de milhares de peixes e crustáceos, que começou no último domingo (6), sem causa aparente. Surpreendentemente, criadores de peixes em açudes, sem conexão direta com o rio, também relataram perdas, aumentando o mistério sobre o fenômeno.

Moradores da região de Quixadá, às margens do Rio Acre, notaram a morte dos animais ao longo do trecho que vai do Igarapé Judia até a comunidade Colibri, uma distância estimada em cinco a seis horas subindo o rio com motor de rabeta. Nos pontos mais afetados, especialmente nas curvas do rio, centenas de peixes mortos se acumulam, criando um ambiente insalubre e atraindo aves de rapina. Diversas espécies foram encontradas mortas, incluindo arraias de até 30 quilos, caranguejos, cobras e tracajás.

José Ribamar, morador do Quixadá, lembrou que situação semelhante ocorreu em 2019. “Já aconteceu antes. A gente passava de barco por cima dos peixes mortos, ninguém investigou e agora aconteceu de novo”, relatou ele.

Ítalo Monteiro, produtor rural da região, pensou inicialmente que o fenômeno se tratava de uma piracema. “No domingo, os peixes estavam morrendo perto das margens, e achamos que fosse piracema. Mas o estranho foi que os peixes apodreceram rapidamente”, explicou. Ele também revelou que criadores de peixes em açudes próximos perderam parte de suas criações.

Pedro Ferreira, comerciante local, confirmou a morte de peixes em seu lago artificial, que não tem ligação com o Rio Acre. Após a chuva de sexta-feira (5), dois peixes apareceram mortos no domingo, uma matrinxã e uma pirapitinga. “A matrinxã eu comi e não fez mal, mas a pirapitinga está congelada, caso alguém queira analisá-la. Acho que foi a fumaça da queimada que desceu com a chuva e contaminou a água”, sugeriu Ferreira.

Foto: Whidy Melo.

O secretário de Meio Ambiente de Rio Branco, Carlos Nasserala, classificou a situação como crime ambiental. “Coletamos amostras e vamos analisar. É um crime ambiental, e se houver culpados, não ficarão impunes”, garantiu Nasserala.

O prefeito Tião Bocalom, que também participou das coletas, descreveu o cenário como devastador. “A situação aqui é crítica. Algo muito grave contaminou essa água. Vamos investigar e descobrir o que causou esse grande desastre”, afirmou o prefeito.

As autoridades ambientais orientam que a população evite usar a água do Rio Acre em qualquer circunstância e que os peixes mortos não sejam consumidos.

Informações via ac24horas.