O consumo de leite in natura — aquele que não passa por processos de pasteurização — é um hábito ainda presente em regiões rurais e interioranas do Brasil. Apesar de parecer uma prática inofensiva para alguns que alegam “nunca terem adoecido”, a ciência demonstra que esse argumento não é um indicativo confiável de segurança alimentar. Ao consumir leite cru, a população está exposta a uma série de doenças graves, colocando sua saúde em risco.
O leite in natura pode ser veículo de transmissão de bactérias, vírus e parasitas prejudiciais, como:
A pasteurização — técnica que aquece o leite a uma temperatura específica e depois o resfria — é essencial para eliminar esses patógenos e garantir a segurança alimentar sem perder o valor nutricional do produto.
É comum ouvir de pessoas que vivem no campo ou que têm acesso direto a fazendas que o consumo de leite cru “nunca causou problemas”. Embora essas alegações pareçam legítimas, elas não podem ser usadas como justificativa científica por vários motivos:
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as principais agências sanitárias, como a Anvisa, a pasteurização é fundamental para prevenir a disseminação de doenças que ainda ocorrem em populações que consomem leite cru. Estudos demonstram que, após a introdução da pasteurização, houve uma redução significativa de doenças infecciosas associadas ao leite em vários países.
Portanto, o consumo de leite pasteurizado não é apenas uma recomendação, mas uma medida de saúde pública essencial para evitar riscos desnecessários. Apostar na segurança dos produtos industrializados é mais seguro do que confiar em crenças sem base científica.
Em suma, por mais que o leite in natura possa parecer inofensivo e até mais saboroso para alguns, a ciência mostra que o custo-benefício não compensa os riscos. Escolher o leite pasteurizado é garantir não apenas a própria saúde, mas também a segurança coletiva.