Sete anos após o caso, os policiais militares Antônio de Jesus Batista, Alan Melo Martins, Josemar Barbosa de Farias, Wladimir Soares da Costa e Raimundo de Souza Costa enfrentarão o júri popular na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco. Eles são acusados pela morte de Maria Cauane da Silva, de 11 anos, além de Gleiton Silva Borges e Edmilson Fernandes da Silva Sales, durante uma operação do Bope no bairro Preventório, em Rio Branco, em maio de 2018.
O julgamento está previsto para começar às 8h do dia 4 de dezembro no Fórum Criminal, Cidade da Justiça. No total, 47 testemunhas foram intimadas, sendo 18 de defesa e 29 de acusação. Os réus aguardam o julgamento em liberdade.
Maria Cauane foi morta aos 11 anos, atingida por um disparo de fuzil durante uma operação policial que, segundo a PM, visava combater a atuação de facções criminosas na região. O Bope alegou que a menina já estava baleada quando os policiais chegaram ao local. Entretanto, a família contestou essa versão, e um laudo balístico apontou que o disparo que matou a criança partiu da arma de um dos policiais envolvidos, Alan Martins.
Na ocasião, Gleiton Borges e Edmilson Sales também foram mortos, e duas pessoas ficaram feridas. A operação foi motivada por vídeos divulgados por facções criminosas, onde exibiam armas e anunciavam domínio na área.
A denúncia contra os policiais foi recebida pela Justiça em 2019. Inicialmente, a prisão preventiva foi negada, e os réus foram pronunciados a júri popular em 2023. A decisão veio após recurso do Ministério Público do Acre (MP-AC), que contestou absolvições e impronúncias anteriores.
Conforme os autos, Antônio de Jesus Batista e Alan Melo Martins foram denunciados por homicídio consumado e lesão corporal. Já Josemar de Farias, Wladimir Soares e Raimundo de Souza foram acusados pela morte de Edmilson Sales.
O advogado de defesa, Wellington Silva, sustenta que a ação policial foi legítima e que os disparos ocorreram em legítima defesa durante um confronto armado em uma área de alto risco. “Foi um revide necessário à proteção da própria vida. A decisão de levar a questão ao júri caberá agora aos jurados”, afirmou.
Alan Melo Martins está envolvido em outro caso de homicídio. Em maio de 2019, ele se envolveu em um acidente de trânsito que resultou na morte de Silvinha Pereira da Silva, de 38 anos. O caso será levado a júri popular, mas a data ainda não foi definida.
O julgamento dos policiais pela morte de Maria Cauane e outros dois indivíduos representa um momento de busca por justiça e resposta às famílias que aguardam há anos pela conclusão do caso.
Com informações do G1 Acre.