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PF e MPF investigam esquema de fraude com gado ilegal em terra indígena no Pará

A Polícia Federal (PF), em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), deflagrou na última terça-feira (19/11) a Operação Boi Pirata, com o objetivo de combater crimes de falsidade ideológica e lavagem de capitais relacionados à criação e comercialização de gado proveniente da Terra Indígena Apyterewa, no Pará.

A operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão nos municípios paraenses de São Félix do Xingu, Tucumã, Redenção e Parauapebas. Além das residências dos investigados, duas fazendas supostamente utilizadas na prática criminosa também foram alvo das buscas.

As investigações foram baseadas no Relatório Boi Pirata, que identificou movimentações fraudulentas de bovinos retirados ilegalmente da Terra Indígena Apyterewa. Os animais eram registrados como oriundos de fazendas intermediárias para mascarar sua origem ilegal antes de serem enviados para abate em frigoríficos.

De acordo com o MPF, o esquema envolvia a inserção de dados falsos nas Guias de Trânsito de Animais (GTAs). Nessas guias, o gado era registrado como transferido da terra indígena para propriedades intermediárias com a finalidade de engorda, antes de serem enviados aos frigoríficos. No entanto, investigações apontam que, em muitos casos, os bovinos não passavam de fato pelas fazendas intermediárias, ou, mesmo que transitassem, não eram engordados nessas propriedades.

A operação visa aprofundar as apurações sobre o esquema e responsabilizar os envolvidos por práticas que não apenas prejudicam o meio ambiente e violam direitos indígenas, mas também configuram crimes contra a administração pública e a ordem econômica.