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Policial civil e outro suspeito são denunciados pela morte de jovem em Feijó, Acre

Promotor Lucas Nonato considerou que suspeitos agiram em conjunto e por motivo torpe e recurso que dificultou defesa das vítimas — Foto: Arquivo/MP-AC

Um policial civil e outro indivíduo foram formalmente denunciados pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) pela morte de Antônio Luan Menezes Viana, de 21 anos, baleado em setembro deste ano no município de Feijó. O promotor Lucas Nonato apresentou a denúncia contra a dupla, acusando-os de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, fraude processual e condução de veículo sob efeito de álcool. Os nomes dos envolvidos não foram revelados.

Segundo o MP-AC, os acusados teriam agido em conjunto, motivados por razões fúteis e empregando um recurso que dificultou a defesa das vítimas. Antônio Luan foi atingido nas costas e morreu, enquanto um adolescente de 16 anos, que também estava presente, foi ferido com um tiro no pé.

De acordo com a Polícia Militar, as vítimas estavam tomando tereré com amigos na calçada quando notaram um carro que circulava repetidamente pela rua e, em algumas ocasiões, parava em frente ao local. Em um certo momento, Antônio Luan e o adolescente se aproximaram para ver quem estava no veículo. Foi então que o vidro do carro foi abaixado e disparos foram feitos contra eles. O ataque foi filmado por uma pessoa que estava próxima, mostrando o grupo correndo para escapar dos tiros após os disparos.

A gravação revela quatro jovens se aproximando do carro, dois deles à frente, quando quatro disparos são ouvidos, gerando pânico entre o grupo e as pessoas que estavam na calçada. A rua, escura, dificultou a identificação dos ocupantes do veículo, que, segundo a PM-AC, era de cor prata.

As vítimas foram socorridas pelo Samu e encaminhadas ao hospital local. Devido à gravidade dos ferimentos, Antônio Luan foi transferido de avião para Cruzeiro do Sul, mas não resistiu e faleceu na madrugada.

Investigações em andamento

A Polícia Civil de Feijó, com o apoio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da capital, está conduzindo as investigações. Segundo o delegado Ronério Silva, todas as hipóteses estão sendo consideradas, incluindo a possibilidade de envolvimento de facções criminosas rivais, conforme depoimento do adolescente sobrevivente.

O nome de um policial civil foi mencionado como possível autor dos disparos, mas o delegado ressaltou que essa informação ainda não foi confirmada. “Estamos ouvindo testemunhas, incluindo o pessoal do hospital e uma das vítimas, que mencionaram a possível ligação com uma facção criminosa. Porém, não podemos divulgar detalhes para não comprometer as investigações,” concluiu Silva.

Diante da situação, o policiamento foi reforçado em Feijó para prevenir possíveis represálias entre grupos criminosos.