A Polícia Federal (PF) entregou na quinta-feira, 21, ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório que indica o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como líder de uma organização criminosa envolvida em crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Segundo informações divulgadas pela CNN, o documento aponta que a viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos, em 28 de dezembro de 2022, véspera do término de seu mandato, fazia parte de um plano de tentativa de golpe, com o ex-presidente aguardando no exterior que uma tentativa de tomada de poder fosse consumada, a fim de evitar ser responsabilizado diretamente por seus atos.
A PF também sustenta que Bolsonaro manteve contato com vários núcleos da organização criminosa e que o principal objetivo do grupo era mantê-lo no poder. Além disso, o relatório destaca a transferência de recursos financeiros do Brasil para os EUA, com a intenção de escapar de possíveis bloqueios judiciais que poderiam afetar suas contas em uma eventual resposta do Judiciário.
Bolsonaro deixou o Brasil após a derrota nas eleições de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Onze dias depois de sua partida, ocorreu a tentativa golpista em Brasília, com a invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes por bolsonaristas radicais.
Em resposta ao indiciamento, Bolsonaro negou qualquer envolvimento com a tentativa de ruptura democrática, acusando a PF e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, de manipulação das investigações. Em suas redes sociais, o ex-presidente criticou o inquérito e questionou a atuação do ministro, acusando-o de “ajustar depoimentos” e de conduzir uma investigação baseada em “criatividade”. Bolsonaro afirmou que aguarda a orientação de seu advogado para entender o andamento do processo e a remessa do relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR).