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Seca extrema isola comunidades indígenas no Acre, e FAB leva alimentos e assistência médica

Comunidades indígenas recebem ajuda do Dsei junto com a FAB no interior do Acre — Foto: Divulgação

As comunidades indígenas de Marechal Thaumaturgo e Jordão seguem isoladas devido à seca extrema que afeta os rios da região, impedindo a navegação e o abastecimento regular. Em resposta à crise, o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), com apoio do Ministério da Saúde e da Força Aérea Brasileira (FAB), iniciou no dia 24 de outubro uma operação para levar alimentos, água e assistência médica às comunidades afetadas.

Uma aeronave de grande porte transporta as equipes do Dsei, compostas por médicos, enfermeiros e dentistas, até as áreas de difícil acesso para garantir atendimento emergencial aos indígenas. Segundo Isaac Piyãko, coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Juruá, as cestas básicas levadas foram doadas pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), enquanto a água foi conseguida por meio de doações.

“A Funai nos cedeu essas cestas básicas, e estamos aproveitando para distribuir junto com a equipe de atendimento. Conseguimos doações de água, que também estamos levando para essas regiões, onde a seca é severa e o acesso é extremamente limitado”, explicou Piyãko. Ele destacou que as visitas devem continuar nos próximos dias e que o atendimento será ampliado para atender os indígenas de Tarauacá e parte do Envira, que também enfrentam dificuldades devido à seca prolongada.

Em agosto, a seca no Rio Juruá agravou a situação em Marechal Thaumaturgo, cidade distante 558 km de Rio Branco. A escassez de alimentos e o racionamento de gasolina afetaram duramente os moradores, elevando o preço do combustível a R$ 10,50 por litro. A prefeitura relatou dificuldades para a chegada de barcos com mantimentos e informou que verduras e outros itens essenciais estavam em falta na região.

No município de Jordão, a seca extrema no início de outubro interrompeu o abastecimento de gás, e moradores passaram a pagar até R$ 250 por botijão de 13 kg. O Rio Tarauacá, principal via de acesso, estava com o nível muito baixo, dificultando a navegação e comprometendo o transporte de mercadorias para a cidade.