Felipe Mota, de 9 anos, faleceu no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, no último domingo (8), após apresentar sintomas graves de dengue. O menino foi inicialmente atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade na quarta-feira (5), quando recebeu alta para continuar o tratamento em casa.
No sábado (7), seu quadro piorou, levando a família a buscar atendimento de emergência no hospital. O pediatra Rondiney Brito, que atendeu Felipe, relatou que a criança chegou ao hospital com pressão baixa, dor abdominal e vômito persistente, sinais de agravamento da doença. Felipe foi entubado, mas não resistiu e faleceu cerca de oito horas após dar entrada na unidade.
“Ele chegou com um quadro inicial de gravidade, já apresentando pressão baixa e episódios de vômito com sangue, o que caracteriza dengue hemorrágica. A sorologia confirmou a presença do vírus tanto nele quanto em outros membros da família, incluindo pai, mãe e irmã”, explicou o médico.
Apesar do diagnóstico médico, a Secretaria Municipal de Saúde aguarda os resultados de exames complementares para confirmar oficialmente a causa da morte. “O caso está sob investigação pelo município e pelo estado, por isso ainda não podemos afirmar com certeza que foi dengue”, esclareceu o secretário de Saúde de Cruzeiro do Sul, Áureo Neto.
De acordo com o Boletim de Arboviroses da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), o estado já contabiliza 4.658 casos prováveis de dengue até o último dia 7 de dezembro, um aumento de 7,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Deste total, 3.620 casos foram confirmados.
As autoridades de saúde de Cruzeiro do Sul alertam para a necessidade de intensificar as ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. “Estamos realizando visitas diárias de casa em casa, monitorando focos da doença, e na próxima semana vamos reforçar essas ações no município”, destacou Áureo Neto.
Embora o boletim oficial não registre óbitos pela doença neste ano, no início de 2024, outro caso grave de dengue foi registrado no município. Ivan Souza da Silva, de 31 anos, detento do sistema penitenciário, faleceu no mesmo hospital após complicações da doença.
As autoridades reforçam a importância de medidas preventivas, como evitar acúmulo de água parada, para conter a disseminação da dengue, que segue como uma preocupação crescente no estado.