De acordo com o estudo “Cartografias da violência na Amazônia”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Mãe Crioula (IMC), publicado na última quarta-feira (11), pelo menos 13 dos 22 municípios acreanos (59%) estão em disputa entre facções criminosas. O estudo abrange a região da Amazônia Legal, que inclui oito estados além do Acre: Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.
Entre os municípios acreanos em disputa, destacam-se Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Brasiléia, Assis Brasil, Epitaciolândia, Bujari, Jordão, Feijó, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Sena Madureira, Senador Guiomard e Plácido de Castro. Estes enfrentam conflitos relacionados ao tráfico de drogas, migração internacional, tráfico de armas, pesca ilegal e biopirataria, com especial destaque para a fronteira do Acre.
O estudo também aponta que algumas cidades possuem a presença de apenas uma facção, como Capixaba, Manoel Urbano, Rodrigues Alves, Tarauacá, Xapuri e Porto Acre. Além disso, as cidades de Santa Rosa do Purus e Acrelândia são as únicas sem a presença de facções.
Em Rio Branco e Senador Guiomard, cidades vizinhas, há a disputa entre três facções, com o Comando Vermelho (CV) sendo a facção com maior presença no estado. O CV, originário do Rio de Janeiro, controla a maior parte dos municípios acreanos, tendo tomado áreas antes dominadas pelas facções locais Bonde dos 13 e Irmandade Força Ativa Responsabilidade Acreana (IFARA). Além disso, a facção já ultrapassou a fronteira boliviana e está presente na cidade de Cobija e na região peruana de Mariscal Ramón Castilla e Coronel Portillo.
A pesquisa ressalta que o cenário de disputa entre facções pode mudar rapidamente, dependendo da dinâmica local, e que o estudo oferece apenas um retrato temporário da situação.
Video Via G1