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Ex-funcionária de supermercado no Acre é condenada a restituir mais de R$ 444 mil desviados ao longo de 4 anos

A Justiça do Acre condenou Maria do Socorro Lopes Pessoa, de 61 anos, a devolver mais de R$ 444 mil desviados de um supermercado atacadista em Rio Branco entre 2010 e 2014. A decisão, proferida pela 6ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco, ocorreu após mais de 10 anos de investigações e cabe recurso.

Maria do Socorro foi acusada de desviar os valores por meio de transferências bancárias fraudulentas, utilizando os CPFs dela e de sua filha. As transferências eram feitas das contas da empresa para as contas pessoais de Maria e sua filha, com os valores posteriormente sacados. A fraude foi descoberta em 2015, após um sócio do supermercado denunciar o caso à polícia.

Em entrevista ao g1, Maria do Socorro alegou que apenas “obedecia ordens” e que “nunca ficou com um centavo” do supermercado, dizendo que “foi tudo armado”. A defesa afirmou que estão sendo tomadas as “providências” necessárias.

As investigações revelaram que as transferências começaram em dezembro de 2010 e continuaram até janeiro de 2014, totalizando R$ 444.270,80. No início, os valores eram transferidos para a conta da filha de Maria, mas entre 2012 e 2014 também passaram a ser transferidos para a conta pessoal de Maria, em quantias maiores.

Maria do Socorro chegou a acusar uma colega de trabalho de ser a responsável pelo desvio, alegando que a colega teria desviado o dinheiro para ela e seus enteados. No entanto, as investigações desmentiram essa versão, apontando que Maria manipulava os comprovantes de transferência para esconder o crime, realizando transferências em nome de desconhecidos.

O Ministério Público do Acre (MP-AC) contestou a versão da acusada, apontando inconsistências nas explicações e destacando que as transferências começaram a ser feitas para a conta pessoal de Maria, o que contradizia sua alegação. Durante as investigações, foi comprovado que a filha de Maria não tinha conhecimento das transferências, o que levou ao arquivamento do processo contra ela. Maria do Socorro devolveu R$ 40 mil à empresa, mas a condenação foi mantida.