O “linhão”, sistema de transmissão de energia elétrica, foi ativado nessa segunda-feira (16) para os municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, localizados no Vale do Juruá, interior do Acre. Com a ativação, essas cidades estão agora conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o que permitirá o fornecimento de energia elétrica direto da rede nacional.
A linha de transmissão, que parte de Rio Branco e se estende por 632 quilômetros, teve um investimento inicial de R$ 370 milhões. A obra foi realizada em duas etapas: a construção de uma subestação em Feijó, conectando a capital ao interior, e a interligação de Feijó a Cruzeiro do Sul. Em 2023, a linha já havia alcançado Feijó e Tarauacá, na Região Tarauacá/Envira.
Com a chegada do linhão, a termoelétrica de Cruzeiro do Sul, que anteriormente abastecia a região, será desativada. Isso significa que cerca de seis milhões de litros de óleo diesel não serão mais consumidos anualmente, além de uma economia estimada em R$ 240 milhões por ano, com a redução das despesas de manutenção da termoelétrica.
A mudança também traz benefícios para os consumidores da região, que aguardam uma possível redução nas tarifas de energia. A distribuidora Energisa, responsável pelo fornecimento, espera que o novo sistema traga maior eficiência e qualidade no serviço, além de evitar a emissão de gases poluentes.
Com a desativação da termoelétrica, os moradores da região já começaram a perceber a diferença no cotidiano, especialmente pela redução do barulho causado pela operação da usina. “Foram 17 anos escutando aquele barulho constante, e agora está bem mais tranquilo”, comentou João Batista Galvão, aposentado da cidade.
O linhão, que atravessa aproximadamente 685 quilômetros de terras, inclusive áreas indígenas, foi alvo de debates sobre impactos ambientais durante sua construção. Em 2016, o Ministério Público Federal (MPF) levantou preocupações sobre o impacto da obra nas terras Katukina, na região de Cruzeiro do Sul. No entanto, após negociações, a Eletronorte comprometeu-se a oferecer compensações, incluindo cursos e eventos culturais, além de acordos para minimizar os danos ambientais causados pela construção.
Com a interligação completa, o sistema promete melhorar a infraestrutura elétrica da região e reduzir os custos operacionais, beneficiando tanto a população quanto o meio ambiente.
Com informações via G1 Acre.