Sandro Júnior Andrade Puerta, o único sobrevivente de um grupo suspeito de realizar um assalto em uma fazenda na zona rural de Plácido de Castro, Acre, tornou-se réu após denúncia aceita pela Vara Única Criminal da Comarca de Plácido de Castro. A decisão, assinada pelo juiz Mateus Pieroni Santini, determina que Puerta responda pelo crime de roubo majorado. Essa modalidade de roubo é caracterizada por agravantes como o uso de armas, a participação de várias pessoas, ou situações que restrinjam a liberdade das vítimas, como no caso de sequestro relâmpago.
Puerta está preso preventivamente desde o dia do crime, com sua prisão decretada logo após os acontecimentos.
O crime ocorreu em uma fazenda na estrada de Plácido de Castro. Segundo a Polícia Militar do Acre (PM-AC), cinco homens armados invadiram a propriedade, mantiveram a família refém e roubaram uma caminhonete, além de outros pertences pessoais. Durante o assalto, o grupo obrigou uma das vítimas a realizar uma transferência bancária de R$ 18 mil.
Após o roubo, os suspeitos tentaram cruzar a fronteira com a Bolívia por uma ponte improvisada no Ramal do Severino, mas foram interceptados pela Companhia de Operações Especiais (COE), que realizava patrulhamento na região. Durante a ação, houve confronto entre os suspeitos e a equipe do Batalhão de Operações Especiais (Bope), resultando na morte de quatro indivíduos. Três foram mortos durante a troca de tiros, e o quarto foi localizado a 150 metros do local, mas não resistiu aos ferimentos.
Puerta, o quinto suspeito, foi capturado no mesmo dia após ser detido por moradores da região, que o imobilizaram até a chegada das autoridades.
Na ocorrência, foram apreendidos diversos itens relacionados ao crime:
Conforme o capitão Willian Rocha, da PM-AC, a região é conhecida por ocorrências frequentes de roubo de veículos. “Diante dessa situação, nossas equipes realizam patrulhamentos constantes e ações preventivas para evitar esse tipo de crime”, afirmou o capitão.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) abriu um procedimento para investigar a operação do Bope que resultou na morte dos quatro suspeitos. A Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial destacou que a apuração buscará identificar possíveis irregularidades ou abusos de autoridade.
O MP também solicitou o apoio do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) para localizar testemunhas e verificar a existência de câmeras de segurança próximas ao local do confronto. Segundo a Promotoria, o objetivo é assegurar uma investigação imparcial e garantir que eventuais excessos sejam devidamente responsabilizados.