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Bitcoin, a alternativa descentralizada

As transações financeiras costumavam depender de bancos e intermediários até que, em 2009, surgiu em cena o Bitcoin com a promessa de um sistema de dinheiro digital completamente livre de qualquer controle centralizado permitindo que fossem realizadas de forma direita, segura e anônima as transações entre usuários. 

É essencial entender o contexto histórico em que foi concebido para explicar sua razão de ser. O sistema financeiro global em 2008 sofreu uma de suas piores crises com a falência de grandes instituições bancárias e resgates massivos por parte de governos para evitar uma recessão global. A ruína do ‘Lehman Brothers’, a maior da história dos EUA na época e uma das piores da história mundial, foi um verdadeiro evento significativo. 

Tamanho episódio semeou uma generalizada desconfiança na capacidade dos bancos para administrar o dinheiro dos cidadãos. Nesse contexto de desconfiança em relação ao mercado tradicional e aos bancos foi justamente que Satoshi Nakamoto, ativo em fóruns de criptomoedas, viu no caos uma oportunidade de criar um sistema financeiro alternativo que não dependesse de intermediários centralizados. Ele publicou em 31 de outubro de 2008 o white paper que delineou os princípios que sustentariam essa criptomoeda: ‘Bitcoin: um sistema de dinheiro eletrônico ponto a ponto’. Nakamoto descreveu, nesse documento, um sistema de transferência de dinheiro independente de entidades bancárias e baseado em uma rede de nós que verificam e registram transações de uma forma segura e descentralizada por meio da tecnologia conhecida como blockchain, a que que permite que sejam armazenadas e compartilhadas as informações de forma transparente, segura e praticamente incorruptível. 

O bitcoin hoje conseguiu se posicionar como uma das ferramentas financeiras mais importantes da era digital, servindo como meio de troca e reserva de valor. E tanto entre pequenos investidores quanto entre empresas, instituições financeiras e até governos o interesse global tem crescido constantemente. 

O Bitcoin, como Nakamoto explicou em seu artigo de fundação, usa uma estrutura de rede distribuída e um processo de verificação chamado PoW -prova de trabalho-, um sistema que permite que seja registrada cada transação em um blockchain disponível publicamente, mas que graças a chaves criptográficas protege a identidade dos seus usuários. 

Uma visão direta e simples, apenas um sistema financeiro baseado na confiança mútua entre clientes, sem a necessidade de depender de bancos ou governos, uma forma de dinheiro eletrônico acessível a qualquer pessoa com conexão à internet. 

Por trás do mistério

O Bitcoin é uma criptomoeda avaliada em bilhões na atualidade, mas por trás dela está o enigma de seu criador. Satoshi Nakamoto não é um economista, e sim o pseudônimo da pessoa ou grupo de pessoas que se encarregou de criar o Bitcoin. Mais de quinze anos após sua criação, ninguém até hoje conseguiu descobrir quem realmente é Nakamoto nem qual é o verdadeiro motivo de seu anonimato. À medida que começou a ganhar reconhecimento e força o Bitcoin, a identidade de Nakamoto se tornou um irresistível mistério capturando a atenção de especialistas, investidores e governos ao redor do mundo. Mesmo assim seu criador não manteve apenas o mistério como também desapareceu em 2011 dos fóruns, deixando a criptomoeda nas mãos de seus primeiros seguidores e aprofundando a lenda. Desde então o interesse em desvendar sua identidade, um dos maiores mistérios da era digital, só cresceu dando origem a várias teorias de todos os tipos.