Um estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) apontou que o número de famílias endividadas no Acre registrou uma leve queda em dezembro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. O índice caiu de 78,5% para 77,3%.
De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre (Fecomércio/AC), a redução também foi observada entre novembro e dezembro de 2024, quando o índice passou de 77,5% para 77,3%. No mesmo período, o número de famílias com contas em atraso diminuiu de 46.389 em novembro para 44.005 em dezembro.
Além disso, houve uma redução entre as famílias que declararam não ter condições de pagar suas dívidas, que passaram de 16.959 em novembro para 15.472 em dezembro de 2024.
Apesar das quedas registradas, o Acre continua com um percentual de famílias endividadas acima da média nacional. Enquanto no estado o índice ficou em 77,3%, a média nacional variou de 77,6% para 76,7% no mesmo intervalo.
O assessor técnico da Fecomércio-AC, Egídio Garó, atribuiu a queda no endividamento ao aumento da taxa básica de juros, que dificultou o acesso ao crédito, e à cautela com despesas típicas de início de ano, como matrículas escolares, material didático e impostos.
“Há uma tendência de que, a partir de março, o número de famílias endividadas volte a crescer, incluindo aquelas com dívidas em atraso e as que afirmam não terem condições de quitá-las”, explicou Garó.
O estudo também destacou os efeitos do aumento dos gastos em sites de apostas, como bets e cassinos online, no endividamento das famílias. Segundo a CNC, essas atividades geraram perdas de até R$ 1,3 bilhão para a economia do Acre em 2024.
No Brasil, os gastos com apostas e jogos de azar atingiram R$ 240 bilhões no ano passado, deixando 1,8 milhão de pessoas inadimplentes. As famílias de menor renda foram as mais afetadas, com a maior parte da inadimplência relacionada ao uso de cartões de crédito.
“A ligação entre a epidemia de apostas online e o aumento da inadimplência é significativa, pois muitas pessoas acabam comprometendo uma parte considerável de sua renda em jogos de azar”, concluiu o estudo da CNC.