Justiça

Justiça suspende processo de acusado de matar a própria mãe para avaliação de sanidade mental

Marcia Maria da Costa Azevedo foi assassinada a facadas pelo próprio filho — Foto: Arquivo pessoal

O juiz Robson Ribeiro Aleixo, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco, determinou a instauração de um incidente de insanidade mental para Eduardo da Costa Azevedo, de 23 anos, que confessou ter matado sua mãe, Márcia Maria da Costa Azevedo, de 47 anos. Com isso, o processo contra o réu fica suspenso até a conclusão do exame psiquiátrico.

Eduardo responde por homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. O pedido para a avaliação mental foi feito pela defesa e teve parecer favorável do Ministério Público do Acre (MP-AC). O juiz determinou que o Instituto Médico Legal (IML) realize o exame e apresente o laudo no prazo de 45 dias.

Comportamento frio e sem remorso

Na petição apresentada ao tribunal, a defesa argumentou que o réu demonstrava um comportamento “estranho”, com falas desconectadas da realidade, reforçando a necessidade de avaliação médica. O advogado Iocidney de Melo Ribeiro relatou que, durante uma entrevista no presídio, Eduardo descreveu o crime sem demonstrar qualquer emoção ou arrependimento.

Eduardo Azevedo segue preso por matar a própria mãe em Rio Branco — Foto: Reprodução

“Quando questionado sobre a quantidade de facadas, ele respondeu primeiro que foi uma, depois que talvez fossem duas, sempre sem qualquer expressão de sentimento”, destacou a defesa. Além disso, o acusado disse que gostaria de um local adequado para receber familiares na prisão, sem demonstrar preocupação com o crime.

Eduardo alegou que sofria agressões da mãe desde a infância e que, no dia do crime, reagiu a uma nova agressão. “Quis dar um basta naquela situação”, teria dito, novamente sem expressar emoção.

O crime

Márcia Maria foi morta a facadas em sua residência no Conjunto Esperança, em Rio Branco, no dia 2 de novembro. O próprio filho confessou o crime à polícia e disse que foi motivado após ser atingido por uma “panelada” na cabeça.

A Polícia Militar encontrou Eduardo no local e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que confirmou o óbito da vítima. Peritos do Instituto Médico Legal (IML) realizaram a perícia e encaminharam o corpo para exames cadavéricos.

O acusado se tornou réu em novembro de 2023, quando a Justiça aceitou a denúncia do MP-AC. Com a instauração do incidente de insanidade mental, o processo ficará suspenso até a conclusão da perícia.