O vereador de Rio Branco pelo Partido dos Trabalhadores (PT), André Kamai, protocolou nesta segunda-feira, 27, no Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE) e no Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), um pedido de investigação sobre possíveis irregularidades na compra de R$ 4,5 milhões em mosquitos geneticamente modificados, conhecido como “Aedes do Bem”, pela Prefeitura de Rio Branco.
Sem eficácia comprovada, o “Aedes do Bem” consiste em caixas contendo ovos de mosquitos da dengue geneticamente modificados, projetados para produzir apenas mosquitos machos, que supostamente ajudam no controle da população do mosquito transmissor.
No TCE, o vereador foi recebido pelas conselheiras Dulce Benício, Naluh Gouveia e pelo conselheiro Ronald Polanco, onde detalhou a situação suspeita. “Trouxe uma denúncia muito grave de um processo feito sem licitação, por inexigibilidade, em tempo recorde pela gestão do prefeito Tião Bocalom – onde, em 38 dias publicaram o extrato, assinaram o contrato, empenharam, liquidaram e pagaram, em pleno mês de julho, quando não se tinha dengue, as vésperas da eleição do ano passado, e ainda pagaram o valor integral, R$ 4,5 milhão para uma empresa que não é a fabricante do produto. O processo está cheio de irregularidades e não sabemos onde estão os produtos, se foram utilizados ou não. Enquanto isso, a cidade vive um surto de dengue. O prefeito precisa explicar essa compra”, disse o vereador.
Em audiência com o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre, Danilo Lovisaro, o vereador expôs ainda preocupações em relação a situação do transporte coletivo, das 1001 casas que foram prometidas há três anos e não foram entregues e da falta de médicos nas unidades de saúde neste início de ano.
Sobre a compra dos mosquitos da dengue geneticamente modificados, o vereador alertou o procurador-geral de Justiça do MPE para o sobrepreço do produto e disse que a empresa que vendeu os mosquitos é investigada pela mesma prática em Aparecida de Goiânia, onde o Ministério Público recomendou a suspensão da execução do contrato. “Estamos vivendo um surto de dengue em Rio Branco, as pessoas estão morrendo e não sabemos qual estratégia a Prefeitura está usando para combater esse problema. Precisamos saber onde estão esses mosquitos. E por que não foram usados?”, questionou o parlamentar.
Assessoria