Acre tem maior taxa de analfabetismo do Norte e está entre os piores índices do país

Foto: Thiago Gadelha.

O Acre registra a maior taxa de analfabetismo da Região Norte, com 8,5%, e figura entre os estados com os piores índices do país, ocupando a 18ª posição entre as 27 unidades da federação. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na plataforma IBGE Digital e em suas redes sociais, como YouTube, Instagram e Facebook. As informações, baseadas no Censo de 2022, também estão disponíveis no sistema SIDRA, que reúne indicadores econômicos e sociais.

A taxa de analfabetismo no Acre chega a 12,1%, quase o dobro da média nacional, que é de 7% entre pessoas com 15 anos ou mais. No Brasil, o número total de analfabetos era de 9,6 milhões em 2022, sendo que 55,3% viviam no Nordeste e 54,2% tinham 60 anos ou mais. Apesar da redução da taxa de analfabetismo nacional de 9,6% para 7% em 12 anos, as desigualdades persistem, afetando principalmente estados como o Acre.

Dados nacionais sobre alfabetização

Em 2022, o Brasil contava com 163 milhões de pessoas com 15 anos ou mais, das quais 151,5 milhões sabiam ler e escrever um bilhete simples, enquanto 11,4 milhões eram analfabetas. Com isso, a taxa de alfabetização nacional foi de 93,0% e a taxa de analfabetismo, de 7,0%. Em comparação, no Censo de 2010, esses índices eram de 90,4% e 9,6%, respectivamente.

Os menores índices de analfabetismo foram registrados entre jovens de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos, ambos com 1,5%. Já a maior taxa permaneceu entre pessoas com 65 anos ou mais, chegando a 20,3%. No entanto, esse grupo apresentou a maior redução nas últimas duas décadas, passando de 38,0% em 2000 para 29,4% em 2010 e 20,3% em 2022 – uma queda de 17,7 pontos percentuais (-46,7%).

As taxas de analfabetismo seguem desigualdades raciais significativas:

  • Brancos: 4,3%
  • Pretos: 10,1%
  • Pardos: 8,8%
  • Indígenas: 16,1%

Embora a desigualdade tenha diminuído em relação a 2010, quando as diferenças entre brancos e os demais grupos eram ainda maiores, os números seguem preocupantes. A taxa de analfabetismo indígena, por exemplo, é quase quatro vezes maior do que a da população branca.

Entre os estados, as maiores taxas de alfabetização foram registradas em Santa Catarina (97,3%) e Distrito Federal (97,2%), enquanto os piores índices ficaram com Alagoas (82,3%) e Piauí (82,8%). Já a taxa de alfabetização da população indígena foi de 85% em 2022, apresentando crescimento em todas as regiões e faixas etárias.

A análise por faixa etária e raça mostra que pretos e pardos superam os 2% de analfabetismo a partir dos 25 anos, enquanto entre brancos essa marca é atingida apenas a partir dos 35 anos. A maior disparidade ocorre no grupo de 65 anos ou mais, onde a diferença entre brancos e pretos atinge 20,9 pontos percentuais.

Desigualdade entre municípios e gênero

O tamanho da cidade também influencia os índices de alfabetização. Pequenos municípios, com população entre 10.001 e 20.000 habitantes, registraram uma taxa média de analfabetismo de 13,6% – mais de quatro vezes maior do que nos 41 municípios com mais de 500.000 habitantes, onde a taxa foi de 3,2%.

Em termos de gênero, as mulheres apresentaram um índice de alfabetização de 93,5%, enquanto os homens ficaram em 92,5%. A diferença foi maior na faixa etária de 45 a 54 anos, com vantagem de 2,7 pontos percentuais para as mulheres. No grupo de 65 anos ou mais, a diferença foi pequena: 79,9% dos homens e 79,6% das mulheres eram alfabetizados.

A desigualdade educacional no país segue um desafio, especialmente em estados como o Acre, onde os índices estão entre os mais preocupantes.

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