Justiça

Caseiro é condenado a quase 30 anos de prisão por matar mulher com 20 facadas no Acre

A Justiça do Acre condenou Judney de Andrade Alves, de 34 anos, a 29 anos e 8 meses de prisão pelo assassinato de Maria de Jesus Rocha França, de 51 anos, ocorrido em outubro de 2023 no Ramal do Jacaré, em Senador Guiomard. O crime foi qualificado como feminicídio, cometido com recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além da ocultação de cadáver.

O julgamento ocorreu na terça-feira (11), quando Judney foi submetido a júri popular e recebeu pena de 28 anos pelo feminicídio e 1 ano e 8 meses pela ocultação do corpo. A sentença foi determinada pelo Conselho de Sentença da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Senador Guiomard.

Maria de Jesus foi brutalmente assassinada com 20 facadas no tórax, abdômen e pescoço. Após o crime, o agressor jogou o corpo em um barranco próximo à sua residência e o enterrou em uma cova rasa. O corpo foi encontrado no dia 19 de outubro de 2023.

Na decisão, o juiz Romário Faria ressaltou que o crime foi cometido de maneira cruel e premeditada, com uso de arma branca, impossibilitando qualquer reação da vítima. O réu não poderá recorrer da decisão em liberdade.

Prisão e confissão

Judney foi preso em flagrante em um bar da região e confessou o crime à polícia. Ele afirmou que matou Maria de Jesus porque ela teria furtado galinhas da propriedade onde ele trabalhava como caseiro.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Acre (MP-AC), na manhã do dia 18 de outubro, a vítima foi até a casa do acusado após conversar com ele. Lá, foi surpreendida e esfaqueada várias vezes. Após o crime, o caseiro foi à casa de um vizinho tomar café como se nada tivesse acontecido.

Mais tarde, ele ligou para a irmã e disse que havia “matado um homem”, pedindo para ser buscado. A irmã, sem acreditar na história, recusou-se a ajudá-lo. No dia seguinte, ao visitar a casa do irmão, ela encontrou o corpo da vítima jogado em um barranco coberto por folhas de embaúba. Diante da situação, reuniu-se com familiares e decidiu acionar a polícia.

A promotora do caso, Eliane Misae Kinoshita, destacou que o crime se enquadra como feminicídio porque a vítima e o acusado tinham um relacionamento amoroso e Maria de Jesus foi atacada de forma traiçoeira, sem chance de defesa.

A Polícia Civil solicitou um laudo pericial para verificar se a vítima sofreu violência sexual antes de ser morta. A ficha criminal de Judney revela que ele já havia sido processado anteriormente por crimes como roubo com uso de violência e grave ameaça.

Com informações do G1 Acre.