De acordo com o relato da vítima, que preferiu não ser identificada, ela estava em casa, descansando, quando foi surpreendida pela invasão de seu irmão. Cleiton chegou ao local visivelmente alterado, sob o efeito de substâncias psicoativas, e imediatamente partiu para a agressão. Com uma faca em mãos, ele a ameaçou de morte, colocando-a em situação de extrema vulnerabilidade.
“Eu nunca imaginei que isso poderia acontecer. Estava tranquila em casa, e de repente ele entrou, me empurrou para dentro e me ameaçou. Não sabia o que fazer, eu estava apavorada”, contou a vítima em depoimento à polícia. Ela relatou que ficou sob ameaça de morte durante toda a situação, sem conseguir escapar ou pedir ajuda, pois Cleiton mantinha a faca sempre direcionada a seu pescoço.
A situação só foi interrompida quando uma segunda irmã da vítima, que estava em outro local, foi avisada por uma ligação desesperada e acionou a Polícia Militar. Imediatamente, uma equipe foi enviada ao local, e, após negociações, Cleiton acabou se entregando e foi preso sem resistência. O caso foi registrado como cárcere privado e ameaça.
O papel da Polícia Militar
A Polícia Militar de Cruzeiro do Sul, ao chegar ao local, encontrou a vítima em estado de choque, mas sem ferimentos graves. Os policiais relataram que a intervenção foi feita de forma estratégica para evitar que o acusado se colocasse ainda mais em risco, tanto para a vítima quanto para si mesmo. O comandante da operação, Tenente Rodrigues, destacou que a ação rápida da polícia foi fundamental para garantir a integridade física da vítima e da comunidade.
“Foi uma situação delicada, mas conseguimos agir rapidamente, graças ao alerta que recebemos. O apoio da família foi essencial para o sucesso da operação”, afirmou o Tenente Rodrigues.
Investigações e antecedentes do acusado
Após a prisão, Cleiton foi levado à Delegacia de Cruzeiro do Sul, onde prestou depoimento e foi autuado por cárcere privado e ameaça. Durante a oitiva, ele alegou que estava sob o efeito de drogas, o que teria influenciado seu comportamento violento. A Polícia Civil segue investigando o caso, buscando entender as motivações e a possível existência de outros antecedentes criminais relacionados ao acusado.
O delegado responsável pelo caso, Dr. Marcos Oliveira, informou que Cleiton já tinha passagens pela polícia por outros episódios de agressão, embora não com o mesmo nível de gravidade. “É um caso preocupante, pois não é a primeira vez que o acusado se envolve em situações de violência. Vamos continuar investigando para entender as reais razões dessa ação”, disse o delegado.
A violência doméstica no Acre
Este caso trouxe à tona uma realidade cada vez mais comum no Acre e em outras partes do Brasil: o aumento da violência doméstica, que muitas vezes é silenciosa e se revela em situações extremas. A situação da vítima de Cruzeiro do Sul é mais uma triste estatística que reflete a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para o enfrentamento da violência contra a mulher e a criação de espaços seguros para aquelas que sofrem abusos.
Em 2023, dados da Secretaria de Segurança Pública do Acre mostraram um aumento significativo nos registros de violência doméstica, e a situação parece ter se intensificado em 2025, refletindo o impacto de questões sociais e a falta de suporte adequado para as vítimas. Organizações da sociedade civil têm chamado atenção para a importância de maior capacitação das forças de segurança e da criação de centros especializados para acolher as vítimas.
O apoio à vítima
A vítima, que recebeu apoio psicológico e médico após a situação, está em processo de recuperação e está sendo acompanhada por assistência social para garantir que o episódio não a afete mais profundamente. Ela disse que está decidida a seguir com o processo judicial contra o irmão, mas que espera também que ele receba ajuda para superar os problemas que o levaram a agir de forma tão violenta.
“Não sei o que ele estava pensando, mas eu não posso mais viver com medo. Preciso que ele pague pelo que fez, e espero que ele consiga tratamento”, afirmou a irmã, que agora busca reconstruir sua vida após o trauma vivido.
Conclusão
O caso de Cruzeiro do Sul serve como um alerta para a sociedade sobre os altos índices de violência doméstica e a necessidade urgente de proteção às vítimas. A ação rápida da polícia e o apoio das demais irmãs da vítima foram fundamentais para evitar um desfecho ainda mais trágico. Contudo, é importante que a sociedade e os órgãos públicos continuem a trabalhar para prevenir e combater esse tipo de crime, que afeta tantas famílias no Brasil.