Entre janeiro e junho de 2025, o estado do Acre contabilizou quatro feminicídios, conforme dados divulgados pelo Feminicidômetro, ferramenta do Observatório de Violência de Gênero do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC). A maioria dos casos — três dos quatro — ocorreu apenas nos últimos meses.
Os dois crimes mais recentes aconteceram na última semana, nos municípios de Senador Guiomard e Capixaba, reforçando o alerta sobre a violência letal contra mulheres no estado.
Perfil das vítimas
Segundo o levantamento, todas as vítimas viviam em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Metade das mulheres assassinadas em 2025 eram pretas ou pardas, enquanto a outra metade era composta por mulheres brancas. Em relação à faixa etária, uma das vítimas tinha entre 15 e 19 anos; outra, entre 25 e 29 anos; e duas estavam na faixa dos 40 a 49 anos.
Todos os casos de feminicídio registrados este ano ocorreram dentro de relacionamentos afetivos. Em dois deles, os autores eram ex-companheiros das vítimas. No terceiro caso, o agressor era o parceiro atual. Já no quarto feminicídio, o autor foi identificado como namorado da vítima.
Dados históricos
A análise dos dados consolidados entre 2018 e 2025 mostra que a maioria esmagadora dos feminicídios no Acre — 91% dos casos — ocorreu no contexto de violência doméstica e familiar. Das 81 mulheres assassinadas nesse período, 73 foram mortas por pessoas com quem mantinham relações afetivas.
Os principais autores desses crimes foram companheiros (34 casos), seguidos por ex-companheiros (14) e namorados (9).
Além dos feminicídios consumados, o levantamento também mostra os casos de tentativa de feminicídio — quando a vítima sobrevive à agressão. De 2018 até junho de 2025, foram registradas 158 tentativas no estado.