Advogado explica por que pai de Oruam, Marcinho VP, será solto em breve

Advogado explica por que pai de Oruam, Marcinho VP, será solto em breve

Durante uma live recente nas redes sociais, o rapper Oruam surpreendeu seus seguidores ao afirmar que seu pai, Marcinho VP, será solto em breve. Preso desde 1996, o nome de Marcinho VP ainda causa forte repercussão pública, especialmente por sua ligação com o tráfico de drogas, homicídios e associação criminosa no Rio de Janeiro. No entanto, segundo o artista, o tempo de cumprimento da pena já estaria próximo do fim. Para esclarecer o assunto, o portal LeoDias procurou o advogado criminalista Peter Ondeza, que explicou os detalhes jurídicos por trás da possível soltura.

“Quando o teu pai vai ser solto?”, perguntou um fã durante a transmissão. Oruam não hesitou: “Em breve, tropa. O meu pai sai em breve, pegou a visão? É que, tipo, o meu pai não deve mais nada assim. Mas a Justiça não solta ele por causa da mídia, que fica colocando ele como um vilãozão, para sempre. Mas o meu pai mesmo não deve mais nada, tropa. Ele já pagou, foi tudo, entendeu? Ele vai sair em breve, em nome do Senhor Jesus”.

 

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Oruam – Foto: Reprodução/Instagram
Ruyter e OruamReprodução / X
OruamFoto: Dazed/Pedro Napolinário
Oruam sobe em ônibusReprodução
Oruam – Foto: Reprodução/Instagram
Oruam – Foto: Dazed/Pedro Napolinário
Reprodução / Instagram
Oruam opina sobre a treta entre adolescentesFoto/Instagram
Oruam – Foto: Reprodução/Record

A fala do cantor levantou dúvidas entre os internautas sobre o andamento do processo e os motivos pelos quais Marcinho VP ainda está detido. Para esclarecer o assunto, o portal LeoDias procurou o advogado criminalista Peter Ondeza, que explicou os detalhes jurídicos por trás da possível soltura.

“Em 1996, o Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou o traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, à pena de 36 anos de reclusão em regime inicialmente fechado, por ter ordenado a prisão, morte e esquartejamento de dois traficantes rivais. A pena foi fixada em 18 anos para cada crime praticado”, afirmou o especialista.

Na época da condenação, o Código Penal brasileiro estabelecia que o tempo máximo de cumprimento de pena era de 30 anos. Isso mudou com o chamado Pacote Anticrime, aprovado em 2019, que ampliou esse limite para 40 anos. Porém, segundo Ondeza, essa alteração não afeta casos anteriores à nova legislação.

“À época dos fatos, o limite máximo de cumprimento de pena no Brasil era de 30 anos, conforme previsto no Código Penal. Com a entrada em vigor do Pacote Anticrime, esse limite foi ampliado para 40 anos (…). Contudo, essa alteração legislativa não se aplica retroativamente ao caso de Marcinho VP.”

Ele acrescenta: “De acordo com o artigo 5º, inciso XL, da Constituição Federal, a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Trata-se do princípio da irretroatividade da lei penal (…). Portanto, considerando que a condenação de Marcinho VP ocorreu em 1996, ou seja, antes da vigência do Pacote Anticrime, o tempo máximo de cumprimento da pena unificada permanece fixado em 30 anos”.

A previsão de soltura, portanto, está atrelada ao limite legal anterior, e deve ocorrer em outubro de 2026, caso não haja novas condenações. “Caso haja nova condenação, seja por crimes ainda em julgamento ou por delitos praticados durante o cumprimento da pena, essa nova realidade poderá alterar a linha temporal e, nesse cenário, a regra do limite de 40 anos passaria a ser aplicável”, finaliza o advogado.

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