Uma situação inusitada ocorrida possivelmente no final de semana envolvendo um grupo de WhatsApp dedicado a relatar blitz policiais em Sena Madureira acabou gerando revolta, piada e servindo de alerta para o perigo de participar desses canais de informação não oficiais e, em muitos casos, ilegais.
Um dos membros do grupo divulgou, por volta das 11h05, que estavam entregando “sacolão” (cestas básicas) em frente ao Instituto Santa Juliana. A mensagem, fora de contexto e sem verificação, levou algumas pessoas ao local na esperança de receber os alimentos. No entanto, logo abaixo, outra mensagem enviada às 11h11 esclarecia: “Blitz”.
O que parecia ser uma informação solidária, na verdade, era uma ironia ou uma tentativa de camuflar a presença da fiscalização policial. Pessoas que não leram a segunda parte da mensagem ou que acreditaram no boato foram surpreendidas ao se deparar com a blitz da polícia.
A reação foi imediata em outros grupos: mensagens de revolta, emojis de palhaço e risos, além de usuários dizendo que já estavam descendo a ladeira do Aníbal, um dos acessos da cidade. “Povo mentiroso”, desabafou um dos envolvidos, que caiu na armadilha achando que ganharia alimentos.
Embora populares, esses grupos de WhatsApp que alertam sobre operações policiais são ilegais e configuram, em muitos casos, obstrução da justiça. Além disso, como evidenciado nesse episódio, eles são terreno fértil para desinformação e pegadinhas, colocando em risco a integridade e segurança de seus próprios membros.
As autoridades alertam que qualquer tentativa de avisar sobre blitz ou dificultar o trabalho da polícia pode ser enquadrada como crime. O episódio desta segunda-feira escancara o quão frágil é confiar em grupos sem responsabilidade ou compromisso com a verdade.
O caso virou piada nas redes, mas também serviu como exemplo do risco de confiar em qualquer informação que circula na internet. Antes de sair de casa por conta de uma mensagem no WhatsApp, é bom verificar — senão, pode acabar caindo numa blitz… achando que ia ganhar um sacolão.