O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), intensificou as estratégias de prevenção ao sarampo com a realização do seminário “Imersão sobre sarampo: aspectos clínicos, epidemiológicos, imunização e diagnóstico”. O evento ocorreu nos dias 15 e 16 de julho, respectivamente em Rio Branco e Brasileia, com o apoio do Ministério da Saúde e participação de representantes dos municípios. A ação visa reforçar a vigilância e estimular a vacinação, em resposta ao surto da doença registrado na Bolívia.
Com foco na prevenção da reintrodução do vírus no estado, o seminário reuniu 142 profissionais da saúde, representantes municipais e equipes do governo federal, reforçando a importância da articulação entre União, Estado e municípios para manter o Brasil livre do sarampo.
O diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, destacou o momento epidemiológico delicado. “O Brasil ainda é uma área livre da doença, mas temos registro de circulação do vírus em países vizinhos, como a Bolívia. Por isso, é essencial intensificar a vacinação e o monitoramento para evitar que a doença entre no país”, disse Gatti, ressaltando o trabalho conjunto entre os três níveis de governo.
O secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, alertou para a necessidade de atenção redobrada, especialmente nas regiões de fronteira. “Embora o Brasil tenha recebido a certificação de erradicação do sarampo em 2024, o risco permanece devido à proximidade com a Bolívia, que já confirmou 122 casos e decretou emergência em saúde pública. Estamos preparados para responder rapidamente a qualquer eventualidade”, afirmou.
Pascoal também fez um apelo à população: “Levem seus filhos maiores de seis meses para a revisão da caderneta vacinal e, se necessário, tomem a vacina tríplice viral. A vacinação é nossa principal barreira contra a entrada do vírus.”
A coordenadora estadual do Programa Nacional de Imunizações, Renata Quiles, chamou atenção para o histórico de baixa cobertura vacinal no estado. “Apesar de avanços em 2024, ainda estamos abaixo da meta ideal. Precisamos que a população, tanto crianças quanto adultos, atualize sua situação vacinal para impedir o avanço do vírus pelas fronteiras.”
A vacina contra o sarampo está disponível nas unidades básicas de saúde para pessoas de 1 a 59 anos. Para crianças entre 6 meses e 1 ano, está sendo ofertada a dose zero da vacina como medida preventiva.
Em Brasileia, 76 representantes do Brasil, Peru e Bolívia também participaram do seminário, fortalecendo a cooperação regional no combate ao sarampo.
O Acre não registra casos confirmados de sarampo desde 2000, mas mantém equipes preparadas para detecção precoce de possíveis infecções. Até o momento, seis casos suspeitos estão sob investigação nos municípios de Brasileia (2), Assis Brasil (1), Cruzeiro do Sul (1), Feijó (1) e Sena Madureira (1). Outros sete casos foram descartados, incluindo notificações em Sena Madureira, Brasileia, Epitaciolândia, Porto Acre e um caso vindo de Cobija, na Bolívia, notificado em Rio Branco.