Entre os dias 14 e 18 de julho, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) intensificou o monitoramento em áreas rurais de Tarauacá e região do Envira, no intuito de manter o estado livre de duas pragas que ameaçam as plantações de banana: o moko e a fusariose da bananeira, raça 4 tropical (FOC R4T). A iniciativa faz parte do trabalho preventivo do governo estadual para garantir a saúde da produção agrícola, especialmente da banana, que é uma das culturas mais importantes para a agricultura familiar e a economia local.
Durante a ação, técnicos do Idaf visitaram propriedades rurais para verificar possíveis sintomas dessas pragas, que são classificadas como quarentenárias devido ao alto potencial de destruição. A FOC R4T, que ainda não foi registrada no Brasil, preocupa os especialistas pela falta de tratamento e por não existirem variedades comerciais resistentes. Já o moko, embora presente em alguns estados da Região Norte, ainda não foi detectado no Acre, mas pode se espalhar rapidamente por meio de mudas contaminadas.
Segundo Gabriela Tamwing, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal do Idaf, o trabalho de vigilância é constante. “Fazemos levantamento de campo, coleta de amostras, controle do trânsito de mudas e realizamos capacitações com os produtores. Também pedimos que, em caso de suspeita, o agricultor entre em contato com o Idaf o quanto antes”, afirmou.
Além da inspeção técnica, o instituto promoveu uma capacitação para produtores de banana em Tarauacá. O treinamento abordou a identificação de sintomas das pragas, medidas de biossegurança e práticas recomendadas para evitar a disseminação das doenças. Durante a capacitação, o agricultor José Rodrigues de Oliveira, da comunidade Tauarí, destacou a importância do conhecimento técnico. “Se a gente não tiver cuidado, a produção cai. Por isso vim buscar mais informações.”
Também foram realizadas orientações sobre a emissão da Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), documento necessário para transportar a banana entre estados. A PTV assegura a procedência e a condição sanitária da carga, além de facilitar a comercialização legal.
O produtor José Roberto Medeiros, que também participou das ações, reforçou a importância do acompanhamento técnico. “Com orientação do Idaf, a gente consegue fazer tudo certinho e manter a produção forte.” Já João Paulo Maia, chefe da unidade da Secretaria de Agricultura em Feijó, ressaltou a parceria entre as instituições: “A união do Idaf com a Seagri fortalece o apoio ao produtor. Trabalhando juntos, chegamos mais longe.”
Doenças como a sigatoka negra, que já circula no estado, também exigem atenção, sendo recomendável o manejo integrado de pragas, com estratégias diversas de prevenção e controle.
Gabriela Tamwing finalizou reforçando o papel coletivo da vigilância fitossanitária. “Proteger a produção de banana no Acre é uma responsabilidade de todos. Nossa equipe está presente em todo o estado justamente para evitar a entrada dessas pragas e garantir a continuidade da produção com segurança e qualidade.”