O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) abriu uma investigação contra o Brasil que envolve seis frentes de apuração. Entre os pontos destacados estão o sistema de pagamentos Pix, desenvolvido pelo Banco Central, e a rua 25 de Março, em São Paulo, conhecida pelo comércio popular.
Na seção voltada ao comércio digital e aos serviços eletrônicos de pagamento, os EUA alegam que o Brasil favorece serviços criados pelo governo, como o Pix, o que poderia configurar prática desleal. O relatório do USTR afirma que esse tipo de política prejudica empresas americanas que atuam no setor de pagamentos.
Já a tradicional rua 25 de Março é citada na parte que trata da proteção à propriedade intelectual. Segundo os norte-americanos, o local continua sendo um dos principais centros de comércio de produtos falsificados do mundo, mesmo com ações esporádicas para combater a pirataria. A 25 de Março já aparece há anos no relatório “Mercados Notórios por Falsificação e Pirataria”, elaborado pelo USTR para mapear áreas de risco para marcas dos Estados Unidos.
As seis áreas investigadas são:
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Comércio digital e serviços eletrônicos de pagamento
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Tarifas preferenciais
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Combate à corrupção
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Proteção da propriedade intelectual
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Barreiras ao etanol americano
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Desmatamento ilegal
A investigação ocorre em meio a tensões comerciais entre os dois países. O governo brasileiro tenta evitar a entrada em vigor, em 1º de agosto, da nova tarifa de 50% sobre produtos exportados ao país, imposta pelo presidente norte-americano Donald Trump. A decisão, segundo analistas, pode afetar diretamente o comércio bilateral e tem motivado esforços diplomáticos por parte do Brasil.