Após três anos em casebre sem paredes, alunos da zona rural do Bujari voltam às aulas em nova escola

Imagem via G1 Acre.

Depois de três anos estudando em condições precárias, em um casebre sem paredes e no meio do mato, alunos dos ramais Espinhara e Funtac, na zona rural do município do Bujari (AC), retornaram às aulas nesta segunda-feira (14) em um novo espaço: a sede recém-inaugurada da Escola Estadual Rural Limoeiro Anexo.

A unidade foi entregue oficialmente na última quinta-feira (10), em cerimônia que contou com a presença de moradores, autoridades da Secretaria de Estado de Educação (SEE), representantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC) e da Prefeitura do Bujari.

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A situação anterior dos estudantes foi denunciada em reportagens do g1 e do programa Fantástico, em junho. As imagens mostravam crianças assistindo às aulas em uma estrutura improvisada, sem paredes, chão de barro e cobertura de telhas sustentada por madeira.

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Com a nova estrutura, os estudantes agora contam com salas de aula adequadas, refeitório, copa, despensa e banheiros. Antes, alunos de diferentes séries eram agrupados em uma única turma. Agora, com duas salas, eles podem ser divididos conforme o ano escolar.

“Estudávamos em uma escolinha que nem era cercada. Agora, me sinto bem e ansioso para aprender mais matemática e português”, contou o aluno Tiago Amorim, de 12 anos. Já Gabriel Azevedo, de 11 anos, destacou a motivação que o novo espaço trouxe: “Tem muitas coisas novas que a outra escola não tinha. Agora quero aprender ainda mais”.

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A professora Gracielia Assis também comemorou a mudança. “Estou muito feliz e ansiosa por trabalhar em um local estruturado, com materiais adequados e com a assistência necessária”, disse.

Repercussão e medidas judiciais

A nova sede é resultado de um acordo firmado entre a SEE-AC e o TCE-AC, após a repercussão da denúncia. No dia 13 de junho, o Tribunal de Contas determinou o afastamento cautelar do secretário estadual de Educação, Aberson Carvalho, por 30 dias, decisão que não foi acatada pelo governo, que optou por mantê-lo no cargo.

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Além disso, o Ministério Público do Acre (MP-AC) recomendou a suspensão das aulas na unidade improvisada até que uma nova estrutura fosse entregue. A Secretaria de Educação atendeu à recomendação e interrompeu as atividades em 16 de junho, estabelecendo o prazo de um mês para a conclusão da nova sede.

A construção da escola fazia parte de uma ação civil pública movida pelo MP-AC, que também exigia a reestruturação de outras unidades rurais para evitar situações semelhantes. “A escola, como foi construída, atende aos padrões mínimos de estrutura e acessibilidade exigidos para uma unidade rural”, afirmou o promotor Antônio Alceste Callil.

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