A pequena Aurora Maria Oliveira Mesquita, bebê que sofreu queimaduras de 2º e 3º graus após um banho com água quente na Maternidade Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul (AC), apresenta evolução clínica significativa e pode receber alta hospitalar na próxima segunda-feira (4), segundo a família.
A informação foi confirmada pelo pai da criança, Marcos Oliveira. Ele afirmou que o enxerto de pele realizado nos dedos dos pés da filha teve êxito, e a recuperação tem surpreendido positivamente os médicos do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, onde Aurora está internada desde 25 de junho.
“Na ponta dos dedinhos dela tem só casquinhas, o enxerto pegou bem. Como ela é nova, a recuperação é melhor. Mas os médicos só vão liberar quando tiver certeza de que não há mais risco”, relatou o pai.
Uma nova avaliação médica está prevista entre quarta-feira (30) e sexta-feira (1º), para verificar se houve fechamento completo das feridas. Se confirmada a boa evolução, a bebê poderá finalmente retornar para casa após mais de um mês de internação.
Aurora foi internada no dia 22 de junho, após sofrer queimaduras graves durante um banho na maternidade. Inicialmente, a bebê foi atendida na unidade hospitalar de Cruzeiro do Sul, mas, devido à gravidade das lesões, foi transferida primeiro para Rio Branco e depois para a capital mineira, onde passou por enxerto de pele no início de julho.
A Secretaria de Saúde do Acre chegou a levantar a hipótese de epidermólise bolhosa, uma doença rara de pele, mas exames realizados em Belo Horizonte descartaram a suspeita. A confirmação médica foi de que as lesões foram provocadas, de fato, por queimaduras térmicas.
Desde o início, a família da criança insistiu que o ferimento foi causado pela temperatura excessiva da água usada no banho. “Todo mundo duvidou da gente. Só quem acreditou foi a família. Fui chamado até de leigo pelo médico lá de Cruzeiro. Coloquei foi a mão dele, da diretora e da pediatra na água pra ver se não queimava”, desabafou o pai, Marcos, na época do ocorrido.
Um boletim de ocorrência foi registrado, e o caso passou a ser investigado pela Polícia Civil. A técnica de enfermagem responsável pelo banho foi afastada de suas funções e deverá ser demitida ao final de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD). Segundo o secretário de Saúde do Estado, Pedro Pascoal, a profissional é contratada pelo Igesac (Instituto de Gestão da Saúde do Acre) sob regime celetista, o que, segundo ele, torna o processo de desligamento menos burocrático.
O caso também está sendo acompanhado pelo Ministério Público do Acre (MPAC), pela Secretaria de Saúde, pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren) e por órgãos de controle interno. A família aguarda justiça, enquanto celebra cada pequeno avanço na recuperação da bebê.