Durante entrevista concedida à agência de notícias Reuters nesta sexta-feira (18/7), o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que está sendo deliberadamente excluído do processo eleitoral de 2026. Para ele, sem sua presença na corrida presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria qualquer adversário. “O Lula, sem mim [na disputa], ganha a eleição de qualquer um. Ganha a eleição. Ele tem a máquina na mão, usa a máquina. Não interessa as consequências”, afirmou.
Apesar de estar legalmente impedido de disputar eleições até 2030, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro insistiu que mantém sua intenção de concorrer ao Palácio do Planalto no ano que vem. “Eu por enquanto sou candidato, não passa pela minha cabeça indicar outro nome. Que injustiça eu não poder concorrer. Que injustiça me chamar de golpista”, declarou ele.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Bolsonaro em entrevista nesta sexta-feira (18/7) após PF cumprir mandados de busca e apreensão em sua casaReprodução: Internet Jair Bolsonaro (PL) fala com jornalistas após colocar a tornozeleira eletrônicaFoto: Reprodução/CNN Eduardo Bolsonaro (PL/SP)Reprodução Alexandre de MoraesReprodução: Agência Brasil “Eles não voltarão”, diz Lula sobre aliados de Bolsonaro e admite nova candidatura em 2026Reprodução/Agência Brasil
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O ex-presidente também comentou as medidas judiciais que vêm sendo tomadas contra ele, como a imposição do uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com aliados próximos, entre eles, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL/SP), seu filho. “É uma covardia, isso não é democracia. Tirar a voz de uma pessoa não é democracia”, declarou.
Eduardo está nos Estados Unidos e, segundo Bolsonaro, considera não retornar mais ao Brasil. O filho também está sob investigação da Polícia Federal e, de acordo com Bolsonaro, pode ser preso se retornar ao país.
Bolsonaro relatou ainda que teme ser preso nas próximas semanas, com o julgamento sobre a suposta tentativa de golpe marcado para o final de agosto. “Até o mês que vem, que é o julgamento [da trama golpista]. Mais ou menos 20 de agosto é o julgamento. Nunca se viu um processo tão rápido quanto o meu”, declarou. Em tom dramático, comparou sua situação à de um condenado prestes a ser executado: “Eu estou no cadafalso. Na hora que o soberano Alexandre de Moraes tem que chutar o banquinho, ele chuta”.
O ex-presidente voltou a se queixar da decisão judicial que o impede de usar redes sociais e afirmou que, se ainda tivesse o passaporte, tentaria marcar uma reunião com Donald Trump.
Nesta sexta-feira (18/7), a Polícia Federal apreendeu um pendrive e aproximadamente 14 mil dólares em espécie em sua residência, numa operação que aconteceu de manhã. Durante entrevista à imprensa brasileira, ele negou qualquer irregularidade e voltou a falar em perseguição.