Cuidar de um filho é apenas uma das muitas demandas enfrentadas por mães todos os dias. Entre a jornada dupla, a ausência de rede de apoio e a pressão constante por perfeição, muitas acabam vivendo uma rotina marcada por exaustão, solidão e culpa. A influenciadora Camila Dias é uma delas. Em entrevista ao portal LeoDias, ela abre o coração e expõe uma realidade crua, mas necessária: A sobrecarga emocional da maternidade. Já a psicóloga Claudia Melo explica por que tantas mulheres carregam a culpa, mesmo quando estão dando tudo de si.
A influenciadora faz questão de compartilhar o que muitas mulheres sentem, mas nem sempre têm coragem de dizer: Que ser mãe cansa, dói, transforma — e cobra. “A vida hoje tem uma cor diferente. É incrível como a maternidade muda a gente. Eu mudei completamente a minha opinião sobre algumas coisas. Nosso olhar nunca mais é o mesmo”, destaca.
Veja as fotosAbrir em tela cheia A influenciadora Camila Dias e os filhosReprodução/Instagram/@bycamiladias A influenciadora Camila Dias e a famíliaReprodução/Instagram/@bycamiladias A influenciadora Camila Dias e a filha ManuelaReprodução/Instagram/@bycamiladias A influenciadora Camila Dias e a filha ManuelaReprodução/Instagram/@bycamiladias A influenciadora Camila DiasDivulgação
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A maternidade virou parte da rotina de trabalho de Camila, que se divide entre a criação dos filhos – Manuela, de 19 anos; Bernardo, de 6; e Vicente, de 2 – e a produção de conteúdo. Segundo ela, os limites entre vida pessoal e profissional quase desapareceram. “O maior desafio é o tempo. Eu não tenho hora para trabalhar. Se estiver acordada, estarei trabalhando. As brincadeiras com as crianças se tornam parte dos stories, as fotos estão no feed (…). Eu me organizo para conseguir ter momentos longe do celular para tentar dar 100% de atenção”, diz.
A influenciadora também fala sobre a culpa materna — um sentimento recorrente para muitas seguidoras que a acompanham e se veem em sua rotina. “Escutem e observem seus filhos. O que eles te dizem sobre como eles te veem, e sobre como eles se sentem quando estão com vocês, é o termômetro da culpa. Crianças são o reflexo do que elas recebem”, reforça.
Ao mostrar para outras mães, por meio de suas redes, que também erra, se cansa e duvida de si, Camila se conecta com quem mais precisa de acolhimento — aquelas que estão tentando fazer o melhor, mesmo quando não conseguem postar um sorriso. “Na rede social busco compartilhar as dores e delícias. Sei o quanto é solitário alguns momentos na maternidade e procuro sempre trazer um olhar mais leve para os desafios”, afirma.
Maternidade e culpa
Para a psicóloga Claudia Melo, muitas vezes, mesmo dando tudo de si, a mulher sente que ainda é insuficiente e essa dor nasce da distância entre o que ela é e o que ela acha que deveria ser. “Na perspectiva da psicologia humanista, a culpa vem da falta de permissão para ser imperfeita. Carl Rogers (psicólogo americano que deu origem a Terapia Centrada na Pessoa) dizia que o ser humano precisa ser aceito incondicionalmente para poder crescer”, informa.
“Mas a mãe, muitas vezes, não recebe essa aceitação: Nem da sociedade, nem da família, e, principalmente, nem dela mesma. A mulher entra na maternidade com amor, mas também com medo, dúvida, exaustão. E, por não ver espaço para expressar isso, ela esconde, se cala e se culpa. A culpa, nesse contexto, é um sintoma de uma sociedade que cobra perfeição, mas não oferece apoio real”, emenda a especialista.
A romantização da maternidade
A maternidade ainda nos dias de hoje é extremamente romantizada e, como consequência disso, todas as dificuldades enfrentadas pelas mulheres durante a gestação, puerpério e maternidade em geral, são negadas e desprezadas. “A romantização sufoca. Quando a maternidade é mostrada apenas como plenitude, amor e realização, as mães que sentem medo, raiva, solidão ou arrependimento passam a acreditar que há algo errado com elas. E isso é devastador”, fala Claudia.
Questionada sobre como diferenciar o “cansaço normal” da maternidade de um possível quadro de esgotamento ou depressão, a psicóloga salienta: “Na abordagem centrada na pessoa, entendemos que todo sentimento é legítimo. Mas quando a mulher sente que não pode falar de sua dor, ela se isola. E o silêncio adoece. A saúde mental das mães depende de um espaço onde elas possam ser escutadas sem julgamento ,um espaço onde chorar, cansar e até se frustrar com a maternidade não seja visto como fracasso, mas como parte real da experiência”, conclui.