Quem acompanhava pelo YouTube a transmissão do XIII Fórum de Lisboa, evento que reúne autoridades mais importantes do Brasil em Portugal, nesta semana, foi surpreendido com a suspensão da live, no fim da manhã desta quinta-feira (3/7).
Logo começou a circular nos bastidores do fórum a especulação de que a derrubada do streaming poderia ter ocorrido em razão da palestra de um ex-diretor da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos. Mas um porta-voz do YouTube disse ao Metrópoles que a interrupção ocorreu de forma automática após reivindicações de direitos autorais por obras musicais.
Segundo fontes do XIII Fórum de Lisboa, a organização do evento tinha paralisado temporariamente a transmissão em razão da palestra do ex-secretário de Estado dos Estados Unidos e ex-diretor da CIA Mike Pompeo, que ocorreu às 14h em Portugal (às 10h no Brasil). Uma cláusula do contrato previa que a apresentação não fosse transmitida ao vivo.
Mike Pompeo foi o palestrante do painel Geopolítica em Reconstrução: Implicações Socioeconômicas. Ocorre que a live permaneceu interrompida, por outro motivo, mesmo após o fim da palestra, o que causou estranheza.
Como a transmissão foi derrubada muito próximo da palestra do ex-diretor da CIA, os participantes passaram a se questionar se havia alguma relação com a agência americana. O XIII Fórum de Lisboa reúne mais de 2,5 mil participantes em painéis que discutem direito, democracia, regulação das big techs, sustentabilidade, entre outros temas.
Um porta-voz do site explicou que “todo conteúdo no YouTube deve seguir as políticas de comunidade da plataforma, assim como as regras relacionadas à proteção de direito autoral”. “Após análise, identificamos que a transmissão ao vivo do XIII Fórum de Lisboa, que acontecia no canal IDP, foi suspensa após receber mais de 20 reivindicações de direitos autorais pelo uso de múltiplas obras musicais protegidas”, afirmou.
“Essas reivindicações são feitas de maneira automática pelo sistema de Content ID do YouTube, projetado para que os detentores de direitos autorais possam gerenciar seu conteúdo de maneira escalável na plataforma. A interrupção automática de uma transmissão com problemas de copyright é uma maneira de proteger direitos autorais da plataforma, independentemente de qual seja o canal fazendo a transmissão”, disse o YouTube.
“Recomendamos aos criadores que se informem sobre direitos autorais antes de utilizar conteúdos de terceiros e que utilizem apenas músicas das quais detenham os direitos ou que sejam livres de royalties, como as disponíveis na Biblioteca de Áudio do YouTube”, concluiu.