Morador de Sena Madureira faz apelo sobre seca extrema no Alto Rio Caeté: “Nem um palmo de fundura no rio”

A seca severa que atinge o Alto Rio Caeté, em Sena Madureira, tem causado sérios transtornos à população local. Em um relato  registrado em vídeo, um morador da comunidade Extrema fez um apelo às autoridades do município, denunciando as condições críticas do rio e o abandono das famílias que dependem exclusivamente do transporte fluvial.

“Eu vim na terça-feira instalar um telefone aqui na comunidade. Agora estou voltando para Sena Madureira. Quero pedir que as autoridades olhem para nós aqui do Alto Rio Caeté. Olha a situação do rio, onde a gente precisa passar todo dia para chegar na cidade”, relatou o morador, enquanto mostrava, com o celular, o leito quase seco do rio.

Segundo ele, o trecho que normalmente leva cerca de duas horas e meia para ser percorrido com motor rabeta, agora chega a demorar até doze horas devido à seca. “Esse rego aqui não dá nem um palmo de fundura. Não cobre nem o pé direito. É lama, é areia, é sofrimento”, lamentou.

O vídeo também mostra moradores arrastando o bote manualmente por vários trechos do rio, que já não permitem a navegação normal. Entre os ocupantes da embarcação estava uma mulher grávida de oito meses, que precisava chegar à cidade para atendimento médico. “Imagina como vai estar isso aqui em agosto”, alertou o morador, preocupado com o agravamento da situação nos próximos dias.

Outro trecho do relato ressalta que a viagem da Aldeia Extrema até a Boca do Canamari, que normalmente leva 20 minutos, pode agora durar até quatro horas. “É isso que a gente enfrenta. E ninguém vê. Ninguém vem aqui. As autoridades precisam fazer alguma coisa”, desabafa.

A seca do Rio Caeté é reflexo da estiagem intensa que atinge o Acre e outras regiões da Amazônia. O fenômeno tem provocado impactos sociais, ambientais e econômicos profundos, especialmente para comunidades indígenas e ribeirinhas, que dependem dos rios como única via de transporte e abastecimento.

Moradores pedem ações emergenciais por parte da prefeitura de Sena Madureira, governo estadual e órgãos de assistência humanitária, antes que a situação se torne insustentável.

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