Se havia qualquer dúvida sobre o talento de Paolla Oliveira na pele de Heleninha, de “Vale Tudo”, ela foi varrida do mapa na noite desta terça-feira, 29. Criticada desde o início do remake da novela das nove da Globo e até alvo de uma nota zero em uma coluna de jornal, Paolla respondeu no único idioma que um artista domina: atuando. E fez mais: pegou o zero que recebeu e colocou um 1 na frente, entregando uma interpretação nota 10.
As cenas da noite passada foram um espetáculo de emoção crua. Heleninha, completamente rendida ao álcool, atravessou um turbilhão de sentimentos — dor, vergonha, desespero e medo — em uma sequência que foi ao mesmo tempo alerta social e performance arrebatadora. O público assistiu à derrocada da personagem com o coração apertado, e a atriz fez cada segundo valer.
Leia Também
Carla Bittencourt
Opinião: “Caso Lucimar”, de “Vale Tudo”, prova que as novelas ainda moldam boa parte do Brasil
Carla Bittencourt
Opinião: “Vale Tudo” se perde na tentativa de ser assunto nas redes sociais
Carla Bittencourt
Opinião: Alice Wegmann é talento raro em tempos de estrelato instantâneo
Carla Bittencourt
Opinião: Heleninha de Paolla Oliveira em “Vale Tudo” divide opiniões, mas entrega cenas potentes
Paolla deu corpo e voz à mulher aprisionada pelo vício, expondo não apenas a fragilidade de Heleninha, mas também a angústia de quem luta contra uma doença que afeta quem vive e quem ama. Sua expressão de pânico no bar, os momentos de vulnerabilidade no chão, e a mistura de desespero e impotência no olhar, fizeram dessa uma das maiores entregas dramáticas da TV em 2025.
Não foi de repente. Há algumas semanas, Paolla vem construindo uma curva de evolução impecável na novela. Se antes era alvo de olhares tortos, hoje é impossível ignorar que ela está brilhando. O que vimos nesta terça é o tipo de atuação que cala críticas, emociona espectadores e marca uma carreira.
No jogo de cena de “Vale Tudo”, Paolla Oliveira provou que não só merecia o papel, como o transformou em um marco de sua trajetória. Heleninha pode estar no fundo do poço, mas sua intérprete está no topo.