O deputado federal Arthur Lira (PP-AL) comentou nesta quinta-feira (3/7), durante o Fórum de Lisboa, sobre a rusga entre Congresso e governo federal acerca da derrubada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para ele, é momento “de todo mundo dar um passo para trás”.
A fala do ex-presidente da Câmara dos Deputados acontece após o governo, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), protocolar ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que reivindica a constitucionalidade do decreto de reajuste do IOF, assinado por Lula.
“É momento de todo o mundo dar um passo para trás e se conter. Temos um país que precisa de diretrizes e de maneira organizada. Não acho que as mais pesadas estejam maiores. O processo político é dinâmico. O Congresso tem sua autonomia, assim como Executivo e Judiciário. Diálogo é o que precisa ser feito neste momento para que as coisas voltem à sua normalidade”, disse Lira.
O ex-presidente da Câmara Arthur Lira
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Lira em sessão na Câmara
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Arthur Lira
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Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), no plenário
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Imposto de renda
Relator do projeto de Imposto de Renda, Lira destacou, também, que o momento não favoreceu o debate sobre o seu relatório, que era esperado ser apresentado na Comissão Especial na última semana.
“O clima não me parece propício para liberar o texto, quando essa semana muitos de nós estaríamos aqui em Portugal, o presidente Lula em diversas missões, vários ministros fora do Brasil. A gente espera que, no retorno, poderemos continuar as conversas”, expôs Lira.
O texto enviado pelo governo federal ao Congresso em março amplia a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês. A medida pode beneficiar cerca de 10 milhões de brasileiros. Já quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil mensais também contará com descontos que vão de 7,5% até 75%.
O governo federal abrirá mão de arrecadar R$ 25,84 bilhões no próximo ano com a ampliação. Para compensar, a equipe econômica propôs tributar as altas rendas e os dividendos no exterior.
Proposta do IR
A proposta prevê um imposto mínimo de 10% para aqueles que recebem a partir de R$ 50 mil por mês (R$ 600 mil ao ano). A tributação mínima, que será progressiva, deve impactar 141,4 mil pessoas (ou 0,13% dos contribuintes do país).
Serão excluídos do cálculo do imposto devido os seguintes rendimentos: ganhos com poupança, títulos, indenizações, aposentadorias, pensão por moléstias graves e outros rendimentos mobiliários isentos.
Segundo o Ministério da Fazenda, a tributação mínima da população “super-rica” trará R$ 25,22 bilhões aos cofres públicos, além de R$ 8,9 bilhões adicionais da taxação e 10% na remessa de dividendos para o exterior — apenas para aqueles que moram fora do país.