A Polícia Federal finalizou a perícia no pen drive apreendido no banheiro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, e concluiu que o conteúdo do dispositivo é irrelevante para as investigações em curso.
Segundo o laudo, entregue nesta segunda-feira (21), o pen drive continha apenas arquivos de músicas gospel e algumas fotos. Nenhum dos dados foi considerado útil para o inquérito que apura suspeitas de obstrução da Justiça e ataques à ordem democrática envolvendo Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e aliados.
O dispositivo foi encontrado por agentes da PF durante operação de busca e apreensão realizada na última sexta-feira (18), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Na ação, também foram apreendidos US$ 14 mil (cerca de R$ 77 mil), R$ 8 mil em espécie e uma cópia impressa de uma ação judicial movida pela plataforma Rumble contra Moraes, nos Estados Unidos.
Questionado sobre o pen drive, Bolsonaro afirmou que desconhece a origem do objeto. “Uma pessoa pediu para ir ao banheiro, eu apontei onde era e, ao sair, ela voltou com o pen drive na mão. Nunca abri um pen drive na minha vida, nem tenho laptop em casa”, disse.
Apesar de o dispositivo ter sido descartado como prova, os demais itens apreendidos seguem sob análise e integram o inquérito. O celular pessoal do ex-presidente também está em processo de perícia. Bolsonaro permanece submetido a medidas cautelares impostas pelo STF, como o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de contato com outros investigados. Ele segue alegando perseguição política e classificou as medidas como uma “humilhação”.