Tarifaço dos EUA ameaça exportações do agro paranaense e acende alerta no setor

A poucos dias da entrada em vigor das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre todos os produtos brasileiros – com início previsto para 1º de agosto – o setor agroindustrial e rural do Paraná vive um clima de apreensão. Isso porque a medida atinge diretamente segmentos estratégicos do agronegócio estadual, como produtos florestais, café, piscicultura, carne bovina e laranja — todos presentes na pauta de exportação para o mercado norte-americano.

Em 2024, os Estados Unidos foram o segundo maior parceiro comercial do Paraná, com importações que somaram US$ 1,58 bilhão em produtos agropecuários. Apenas no primeiro bimestre de 2025, o país já ocupava a terceira posição entre os principais destinos das exportações paranaenses, com um volume de US$ 214 milhões. Esses números deixam claro que o mercado norte-americano não é um cliente esporádico, mas uma peça-chave na balança comercial do Estado.

“O Sistema FAEP está atento às possíveis consequências dessa medida. Estamos a poucos dias do início do tarifaço, mas o governo federal não abriu, em momento algum, um canal de negociação, buscando preservar nossos acordos comerciais e minimizar os impactos sobre quem trabalha no campo. Isso é preocupante”, declarou Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP.

Desde 2009, os Estados Unidos são superavitários na balança comercial com o Brasil — ou seja, vendem mais do que compram. Com a nova tarifa, especialistas temem uma retração significativa nas exportações, prejudicando diretamente produtores e agroindústrias paranaenses.

O setor agora aguarda uma reação urgente por parte do governo federal, antes que os efeitos da medida causem perdas irreparáveis à economia rural do Estado.

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