Ainda faltam alguns meses para descobrirmos quem serão os próximos concorrentes às estatuetas do Oscar, mas a Variety já nos deu um gostinho da premiação ao anunciar nesta semana sua seleção de possíveis indicados, que conta inclusive com Wagner Moura concorrendo a Melhor Ator. Ao portal LeoDias, especialistas da sétima arte dizem que ainda é cedo para entrarmos em “modo Copa do Mundo”; mas há sim um espacinho para criarmos nossas expectativas.
De formas gerais, é um consenso entre as especialistas de que o feito histórico do astro de “Agente Secreto”, o primeiro brasileiro a vencer na categoria “Melhor Ator” em Cannes, é sim um forte critério para uma indicação – e para os supersticiosos, o fato de que a outra primeira brasileira é ninguém menos que Fernanda Torres, serve apenas para aumentar a torcida.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Wagner Moura em “O Agente Secreto”Divulgação Kleber Mendonça Filho e Wagner Moura no set de “O Agente Secreto”Reprodução: Instagram O Agente Secreto em Cannes (Reprodução/Instagram)O Agente Secreto em Cannes (Reprodução/Instagram) Wagner Moura em “O Agente Secreto”Divulgação Wagner Moura em “O Agente Secreto”Divulgação Wagner Moura e Kleber Mendonça FilhoReprodução/Instagram
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No mundo das premiações internacionais, porém, nem tudo sem flores; principalmente para os brasileiros. A professora de cinema da ESPM Cyntia Calhado lembra que, por mais que a indicação de Torres e vitórias como a de “Parasita”(2019) tenham quebrado paradigmas, a premiação do Oscar continua muito fechada ao mercado norte-americano.
“O Oscar tem ampliado sua base de membros, temos mais profissionais de várias partes do mundo incluindo da América Latina entre os votantes [da Academia]. Nós podemos até estar sim trabalhando com uma ampliação de filmes de língua não-inglesa [na lista de indicados] mas é importante a gente considerar que a questão da barreira da linguística ainda é uma realidade”, avalia.
A crítica de cinema e votante do Globo de Ouro Barbara Demerov, porém, ressalta para uma importante qualidade de Wagner Moura, que pode ser o grande trunfo do ator em uma futura maratona a prêmios como o Oscar ou o próprio Globo de Ouro: a carreira internacional do ator.
Com um currículo incluindo filmes como “Guerra Civil” (2024), “Elysium” (2013) e “Gato de Botas 2: O Último Desejo” (2022), sem esquecer, claro, do sucesso de “Narcos” (2016), Wagner já começa algumas posições a frente nesse “GP do Oscar” justamente por já ser um rosto conhecido dos votantes norte-americanos.
“Wagner Moura já tem uma carreira sólida fora do Brasil, então também há alguma chance dele ser sim indicado na categoria de atuação; caso a campanha do filme seja expressiva lá fora – assim como a de ‘Ainda Estou Aqui’ foi”, ressalta Demerov.
Com ou sem indicação ao Oscar, é consenso que em 2025 o cinema brasileiro continua com um desempenho brilhante nas premiações internacionais: além de “Agente Secreto”, que conquistou quatro prêmios na França, temos também “O Último Azul”, do também pernambucano Gabriel Mascavo, que conquistou o Urso de Prata no Festival de Berlim.
“É claro que nós sempre vamos torcer por um Oscar. Mas assim como o cinema brasileiro não começou com o ‘Ainda Estou Aqui’, se o Brasil não ganhar um segundo Oscar não significa que o cinema brasileiro vá acabar. Importante é que estamos fazendo filmes maravilhosos que dialogam com o público daqui e de fora”, celebra Renata Almeida Magalhães, uma das mais importantes produtoras do mercado nacional e primeira presidente da Academia Brasileira de Cinema.
E falando em Academia Brasileira de Cinema, Renata ainda deu fortes indícios de que “O Agente Secreto” será sim um dos favoritos a concorrerem a uma vaga ao Oscar: “Essa decisão cabe a comissão que será eleita pela Academia Brasileira de Cinema, que é soberana na escolha do filme. Mas ‘O Agente Secreto’ é sim um forte candidato a representar o Brasil no Oscar”, conta à reportagem do portal LeoDias.