Acre enfrenta crise hídrica; ANA decreta situação de emergência nos rios do estado

ANA decreta emergência hídrica nos rios do Acre — Foto: Júnior Andrade/Rede Amazônica

A Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) decretou nesta segunda-feira (25) situação crítica de escassez hídrica nos rios Juruá, Purus, em seus afluentes, além do Rio Acre e do Rio Iaco. A medida, publicada no Diário Oficial da União, é válida até 31 de outubro e pode ser prorrogada caso a seca persista.

De acordo com a ANA, o monitoramento hidrometeorológico será intensificado para identificar impactos sobre os usos da água e propor medidas de prevenção e mitigação, em articulação com órgãos gestores dos recursos hídricos da região Norte.

Segundo o último relatório da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), na última sexta-feira (22):

  • Rio Juruá: 4,20 metros (41 mm de chuvas em agosto)

  • Rio Purus: 1,85 metro (0 mm de chuvas em agosto)

  • Rio Iaco: 0,71 metro (53,40 mm de chuvas em agosto)

  • Rio Acre (Rio Branco): 1,55 metro

O baixo volume de água afeta diretamente o abastecimento urbano e rural, comprometendo o funcionamento das estações de tratamento e exigindo medidas de racionamento e uso de caminhões-pipa.

A Resolução nº 264 da ANA determina, entre outras ações:

  • Monitoramento hidrológico constante dos rios afetados;

  • Identificação de impactos sobre os usos da água e proposição de medidas de mitigação;

  • Agilização de processos de declaração de situação de calamidade ou emergência por seca pelos municípios e estados, em articulação com a Proteção e Defesa Civil.

O governo federal já havia reconhecido, em 18 de agosto, a situação de emergência em 21 municípios do Acre. A capital, Rio Branco, não foi incluída, pois tem decreto individual.

A estiagem afeta:

  • Navegação fluvial, isolando comunidades e dificultando transporte de alimentos e combustíveis;

  • Agricultura e produção de alimentos, com prejuízos em plantações e lavouras;

  • Risco de queimadas e incêndios florestais;

  • Fornecimento de merenda escolar para estudantes da zona rural;

  • Redução da umidade relativa do ar e aumento das temperaturas.

Rio Acre – 1,5 metro – Agosto de 2025 — Foto: Júnior Andrade/Rede Amazônica

O decreto estadual nº 11.733, assinado pelo governador Gladson Cameli em 6 de agosto, destaca que o volume de chuvas no primeiro semestre de 2025 foi inferior ao esperado, com apenas 8 mm em julho, contribuindo para a crise hídrica.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, reforçou a importância da mobilização do poder público:

“Temos municípios em situação muito delicada, como Jordão e Marechal Thaumaturgo. É lamentável, mas agora é a união do poder público para oferecer socorro à população.”

Ele explicou que um grupo de gestão de crise de recursos hídricos está atuando para definir ações imediatas e eficazes para minimizar os impactos da seca e garantir o abastecimento da população.

Informações via G1 Acre.

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