Um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que a Amazônia Legal concentra seis dos dez estados brasileiros com as maiores taxas de violência sexual contra crianças e adolescentes. O levantamento, divulgado na última quinta-feira (14), revela que, entre 2021 e 2023, foram registrados mais de 38 mil casos de estupro e quase 3 mil mortes violentas intencionais de vítimas com até 19 anos na região.
A pesquisa, baseada em dados das Secretarias de Segurança Pública, mostra que a taxa de violência sexual na Amazônia Legal foi 21,4% maior que a média nacional em 2023. Enquanto o Brasil teve um aumento de 12,5% nas notificações entre 2021 e 2022, a Amazônia registrou um salto de 26,4%. Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Pará, Tocantins e Acre são os estados com os maiores índices de violência sexual na região. A situação é ainda mais crítica em municípios próximos às fronteiras, com taxas mais elevadas.
O relatório também destaca as profundas desigualdades raciais: 81% das vítimas de estupro na Amazônia são negras, e a chance de uma criança ou adolescente negra ser vítima de morte violenta é três vezes maior que a de uma branca. Além disso, os casos de violência sexual contra indígenas mais que dobraram no período analisado.
Diante desse cenário alarmante, o UNICEF e o FBSP sugerem medidas como a capacitação de profissionais, o fortalecimento do controle sobre agentes de segurança e o combate ao racismo e a crimes ambientais.
Sinais de alerta:
- Mudança repentina de comportamento
- Isolamento e medo
- Agressividade ou choro frequente
- Atitudes ou conversas inapropriadas para a idade
- Repulsa ou apego excessivo a uma pessoa
- Marcas físicas inexplicáveis
- Infecções recorrentes
Em caso de suspeita, a denúncia seja feita imediatamente e que a vítima nunca seja deixada sozinha com o possível agressor, pois a maioria dos abusadores são pessoas próximas à família.
Para denunciar, você pode ligar para o Disque 100, procurar o Conselho Tutelar mais próximo ou registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia especializada, como a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).