Adolescente de 13 anos recebe nome dos tios que a criaram no registro civil

Em um ato de amor e reconhecimento, a adolescente Ana Clara de Oliveira Nascimento, de 13 anos, teve o nome de seus tios, Dejanir José de Souza e Mirian Matias do Nascimento, incluído oficialmente em sua certidão de nascimento. A conquista foi possível durante a ação “Meu Pai Tem Nome”, da Defensoria Pública do Acre.

Ana Clara não escondeu a alegria com a nova certidão. “Eu tenho uma vida muito feliz, sou bem cuidada e tenho tudo que preciso. Eu tô muito, muito feliz e me sinto muito feliz ao lado deles”, disse, emocionada.

A história de Ana Clara com os tios começou logo no seu nascimento. Sem condições financeiras, os pais biológicos, Maria José Ricardo e Adriano do Nascimento, concordaram que a menina fosse criada por Mirian e Dejanir, que a acolheram ainda na maternidade.

“Ela nasceu e foi direto para a minha casa”, contou a tia e agora mãe socioafetiva, Mirian. “Nós já cuidávamos dela como filha, mas agora, com o nome no registro, conseguimos protegê-la legalmente e garantir direitos para o futuro.”

Quatro corações, uma só família. Ana Clara cercada pelo amor dos pais biológicos e dos tios que a criaram como filha. Uma união marcada pelo afeto, pelo respeito e pela certeza de que família é onde o amor decide morar. Foto: Agatha Lima DPE/AC

Para o tio Dejanir, a inclusão no registro é um gesto de segurança e dignidade. “É a coroação de um presente que Deus nos deu. Tudo tem que estar na lei, no papel, para que possamos garantir os direitos dela. Até para matricular em uma atividade simples, como a natação no Sesc, a gente não podia, porque não tinha a guarda. Agora, com a certidão, esses problemas não vão existir mais”, ressaltou.

O pai biológico, Adriano, também se mostrou feliz com a decisão, que sempre teve sua aprovação. “Eu não tinha condições, não tinha casa nem emprego. Se tivesse, teria criado minha filha. Mas graças a Deus, ela tem tudo com eles, é bem cuidada, vai estudar, se formar e ser alguém na vida. Para mim, é uma alegria, porque sei que ela tem quatro pais: duas mães e dois pais”, disse.

Agora, Ana Clara tem no papel o que sempre viveu: a prova do amor e da proteção de uma família que a escolheu desde o início.

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