A novela “Dona de Mim” passou por mudanças nos bastidores e um dos enredos mais polêmicos não irá ao ar. A ideia inicial da autora Rosane Svartman era mostrar que Kami, personagem de Giovanna Lancellotti, engravidaria após ser vítima de estupro cometido por Ronaldo (Bernardo Schlegel), um stalker.
A trama abriria espaço para discutir possibilidades como o aborto legal, a decisão de seguir com a gestação ou a entrega do bebê para adoção. No entanto, após pesquisas de audiência realizadas pela Globo, a emissora avaliou que o arco seria considerado pesado demais para a faixa das sete e decidiu vetar a continuidade da história.
Leia Também
Carla Bittencourt
Juan Paiva começa a sorrir em “Dona de Mim” após mais de 90 capítulos de sofrimento
Carla Bittencourt
Tragédia confirmada: Corpo de Abel é encontrado e Tony Ramos deixa “Dona de Mim”
Carla Bittencourt
Bárbara reaparece em “Dona de Mim”, causa climão no noivado de Marlon e Kami, e fica com Ryan
Carla Bittencourt
Kami sofre violência sexual de stalker e planeja vingança em “Dona de Mim”
Segundo informações de bastidores, a intenção da novelista era levantar um debate raro na teledramaturgia do horário: dar visibilidade a mulheres que enfrentam gravidezes resultantes de violência sexual e abrir espaço para refletir sobre direitos reprodutivos, acolhimento e autonomia. O aborto legal, inclusive, estava entre os pontos centrais que seriam abordados. Com o cancelamento desse caminho, a autora precisou redirecionar o núcleo de Kami para outras situações, mantendo a linha dramática, mas sem avançar para a gestação.
A decisão reforça um cuidado da emissora em equilibrar ousadia e leveza em suas novelas das sete, tradicionalmente associadas a histórias românticas, familiares e de humor. A Globo considerou que, embora o tema fosse relevante, poderia gerar forte rejeição de parte do público nesse horário. A saída encontrada foi preservar a personagem e o debate em torno das marcas do trauma, mas evitar o prolongamento da trama por meio da gravidez.