Caso Aurora: técnica de enfermagem é indiciada por queimaduras graves em bebê durante banho no Acre

Imagem: Reprodução G1 Acre.

A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava o caso da pequena Aurora Maria, que sofreu queimaduras de 2º e 3º graus após um banho com água quente na Maternidade Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre. O acidente aconteceu em junho deste ano, um dia após o nascimento da bebê.

A técnica de enfermagem responsável pelo banho foi indiciada pelo crime de lesão corporal gravíssima. De acordo com o delegado Vinicius Almeida, o exame de corpo de delito complementar confirmou que Aurora ficará com deformidades permanentes, o que elevou a gravidade da acusação. Pelo Código Penal, a pena prevista para esse crime varia de dois a oito anos de prisão.

Imagem: Reprodução G1 Acre.

O laudo pericial apontou que a água utilizada no banho poderia atingir até 57°C. Embora não tenha sido possível confirmar a temperatura exata no momento do incidente, ficou comprovado que ela estava excessivamente quente, causando as lesões. A suspeita inicial de uma doença rara, a epidermólise bolhosa, foi descartada após biópsia.

A mãe de Aurora foi a última a ser ouvida pela polícia, nesta quinta-feira (7), quando retornou a Cruzeiro do Sul com a filha. Segundo o delegado, praticamente todas as pessoas envolvidas, incluindo testemunhas e profissionais da maternidade, foram ouvidas presencialmente ou por videochamada.

Aurora voltou para casa na última quarta-feira (6) e segue o tratamento em Cruzeiro do Sul

Durante o depoimento, a técnica de enfermagem negou que a água estivesse quente e afirmou ter testado a temperatura no pulso. No entanto, outras testemunhas apresentaram versões diferentes. Uma delas relatou que outro bebê, que seria banhado antes de Aurora, não sofreu queimaduras apenas porque o pai demorou a entregá-lo para o banho, permitindo que a água esfriasse. Mesmo assim, após o banho, a criança estava com a temperatura corporal elevada.

O acidente ocorreu no dia 21 de junho. Aurora chegou a ser atendida na própria maternidade, mas devido à gravidade das queimaduras, foi transferida para Rio Branco e, posteriormente, para Belo Horizonte, onde passou por enxerto de pele nos dedos dos pés no início de julho.

Aurora ficou com sequelas que serão permanentes após queimaduras durante o banho

A bebê voltou para casa no dia 6 de agosto e segue em tratamento em Cruzeiro do Sul. O caso ainda está sendo acompanhado pelo Ministério Público, pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) e pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren).

A defesa da servidora não foi localizada pela reportagem. O procedimento administrativo disciplinar (PAD) instaurado pela Sesacre deve ser concluído até 15 de agosto.

Informações via G1 Acre.

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