Se você acha que já viu de tudo no mundo das celebridades e da Justiça, espere só até conhecer “Crime e Latido”, estreia literária da procuradora de Justiça e escritora Christiane Monnerat. Conhecida por transformar boletins de ocorrência em crônicas e laudos em metáforas, a autora estreia sem filtro: mistura memórias, casos jurídicos e bastidores de um sistema que ela mesma define como “tragicomédia humano-jurídica”.
E não faltam episódios para provar isso: de delegados que se recusam a instaurar inquérito porque “era sexta-feira”, até a artista que se apresentava com uma cobra ameaçada de extinção. O olhar afiado de Christiane é um bisturi sem anestesia — capaz de expor absurdos reais que parecem saídos de série satírica, mas são a mais pura realidade brasileira.
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Com sarcasmo e ironia cortantes e uma boa dose, a obra é, ao mesmo tempo, provocação e desabafo. Pode se definir como um “Dostoiévski jurídico com cachorros e papagaios como testemunhas de acusação”.
Em suas próprias palavras: “O final do livro foi escrito na Itália, sob céus que alternavam bênçãos e tormentas, entre oliveiras milenares e igrejas, onde até as pedras têm fé e cansaço. Atravessei sozinha a Calábria, a Basilicata e a Puglia por mais de dois meses, tropeçando em santos, pecadores e taças de vinho. Dormi em monastérios, palácios, conventos, ranchos e masserias. Ouvi mais sinos do que respostas. E entre uma procissão e outra, encontrei a única companhia fiel: La solitudine. Foi nessa romaria íntima que descobri a essência da minha alma: Eu sou a versão herege do Padre Pio.”
Além do livro, Christiane também lança o perfil no Instagram @literaturadosautos, no qual transforma o absurdo do cotidiano jurídico em literatura de impacto.
Prepare-se: depois de ler a obra, vai ser difícil decidir se você ri, chora… ou late. E uma coisa é certa: depois de Crime e Latido, o Brasil não será mais o mesmo.