O comércio formal do Acre viveu, em 2023, o seu melhor momento desde 2007. De acordo com a Pesquisa Anual do Comércio (PAC), divulgada pelo IBGE na última quinta-feira (7), o setor empregou 21.687 pessoas, registrando um crescimento de 7,1% em relação a 2022, com 1.439 novas vagas. Em comparação ao período pré-pandemia, o salto foi ainda maior: alta de 20,2%, o que representa 3.653 trabalhadores a mais no mercado.
O varejo liderou essa retomada, concentrando 76,1% dos empregos, seguido pelo atacado, que também alcançou o maior número de funcionários em mais de uma década, com 2.989 trabalhadores.
Além do crescimento no número de postos de trabalho, o setor registrou um forte avanço financeiro. Em 2023, os 21,6 mil trabalhadores do comércio acreano receberam juntos R$ 648,9 milhões em salários, retiradas e outras remunerações, evidenciando uma recuperação sólida após a pandemia.
O estado contabilizou 2.829 unidades ativas no comércio, que movimentaram R$ 11,9 bilhões em receita operacional líquida. O varejo foi responsável por 58,4% desse total, o atacado por 30,4% e o comércio de veículos, peças e motocicletas por 11,1%.
Eventos e fortalecimento do setor
Para o governador Gladson Cameli, os resultados são fruto de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da iniciativa privada e de eventos estratégicos, como a Expoacre e a Expoacre Juruá, que funcionam como vitrines de negócios.
“Acreditamos que o setor produtivo precisa de liberdade para crescer. Por isso, trabalhamos para desburocratizar e criar incentivos que atraiam investimentos. O Acre é nosso diamante e só podemos lapidá-lo com a ajuda de todos, pois não consigo governar sozinho”, afirmou.
Cameli destacou ainda o papel da construção civil nesse avanço, impulsionada por programas como o PEC/GER-AC (Programa de Estímulo à Construção Civil para Geração de Emprego e Renda). “Cada estrada pavimentada, cada escola reformada, cada hospital ampliado significa não apenas mais qualidade de vida, mas também mais empregos e movimentação da economia”, completou.
Mudanças na receita e margens
O levantamento do IBGE também aponta transformações na composição da receita e nas margens de comercialização. Entre 2014 e 2023, o atacado perdeu 1,6 ponto percentual na participação da receita total. Ainda assim, o setor mantém a valorização do trabalho, com empresas pagando, pelo segundo ano seguido, o equivalente a dois salários mínimos, o maior valor médio desde 2007.
A margem de comercialização — diferença entre o valor obtido na revenda e o custo das mercadorias — atingiu R$ 2,9 bilhões em 2023. O varejo foi responsável por 67,4% desse total, seguido pelo atacado (23%) e pelo comércio de veículos, peças e motocicletas (9,1%).
Em relação a 2022, o varejo teve um aumento de 1,6 p.p. na taxa de margem, consolidando-se como o segmento mais rentável. Na análise de longo prazo, entre 2014 e 2023, apenas o comércio de veículos registrou alta expressiva nesse indicador, com crescimento de 5,6 p.p., enquanto o varejo e o atacado tiveram quedas de 5,2 p.p. e 0,4 p.p., respectivamente.